Na quarta-feira (13), a assembleia-geral ordinária de acionistas da Petrobras vai definir o novo comando da estatal, já que o presidente Jair Bolsonaro quer se livrar do atual presidente, Joaquim Silva e Luna, por fazer o que as regras determinam que faça.
O dia D para o futuro imediato da maior empresa do Brasil chega cercado de dúvidas, tanto sobre o currículo do indicado à presidência-executiva da Petrobras, José Mauro Coelho, quanto sobre a manutenção do poder monolítico da União sobre o futuro da empresa.
Embora Coelho tenha passado na primeira fase de avaliação de currículo, há dúvidas sobre seu perfil. No mercado, é visto mais como um tecnocrata do que como um executivo para uma empresa do porte da Petrobras.
Entre as definições que a coluna ouviu sobre a decepção com o indicado, está uma curiosa: "o sapato vai ficar grande", ou seja, desse ponto de vista, faltariam habilidades para, literalmente, preencher o cargo. Isso significa que, mesmo aprovado na assembleia-geral, Coelho pode enfrentar restrições do conselho, muito cioso de suas funções de zelar, inclusive, pela imagem da Petrobras no Exterior.
Outra indefinição que só terá solução na quarta-feira (12) é o pedido de voto múltiplo feito na segunda-feira (11) pelos acionistas minoritários. Em tese, é uma tentativa de obter ao menos uma cadeira a mais do que as três reservadas a esse grupo no conselho, que tem 11 integrantes, outros sete indicados pela União e um pelos empregados da Petrobras.
Mas como reconhecem os representantes desse segmento, para entrar um, é preciso retirar outro, portanto não pode ser descartada alguma ação focada em um dos indicados pelo governo Bolsonaro, que tanto podem ser os apontados para o comando — nesse caso, Coelho pode ser um alvo, por ter um ponto fraco — quanto para as demais cadeiras.
Entre os novos indicados, o nome que ainda provoca especulações é o de Eduardo Karrer, visto como um "remanescente" do fracassado plano Landim-Pires. Como Landim, Karrer é egresso do grupo de executivos que ganhou visibilidade e fortuna com o Império X de Eike Batista. Karrer é atualmente sócio-gerente da GAA Investments, uma gestora americana de investimentos fundada em 2017 na Flórida.