Demorou, mas os nomes para o comando da Petrobras foram definidos pelo governo Bolsonaro, mas tudo vai depender da assembleia-geral ordinária (AGO) de acionistas marcada para a quarta-feira, que vai analisar os indicados pela União (sete), pelos acionistas minoritários (três) e empregados (um).
Nesta segunda-feira (11), antevéspera da reunião, a Petrobras informou que recebeu de "acionistas que detêm, em conjunto, mais de 5% das ações ordinárias da companhia", pedido para adoção de voto múltiplo na eleição dos integrantes do conselho de administração.
Parece um detalhe burocrático, mas não é. Atualmente, a escolha do conselho é feita em bloco, ou seja, todos os integrantes são escolhidos de forma coletiva. Se um for rejeitado, toda a composição cai, e é preciso fazer novas indicações e nova assembleia. Foi o que ocorreu no ano passado, quando um representante dos minoritários renunciou para provocar uma nova decisão.
Se o pedido para adoção de voto múltiplo for aceito, um nome ou parte da lista enviada pelo governo Bolsonaro pode ser rejeitado sem que isso interfira na aprovação dos demais. Depois da confusão que precedeu a indicação de Márcio Weber para a presidência do conselho e José Mauro Coelho para a presidência-executiva, acrescida de ataque à Lei das Estatais, que protege a Petrobras do aventureirismo, cresceu a desconfiança dos minoritários com o futuro da petroleira.
A coluna tentou sondar qual seria o alvo da medida, mas só colheu a informação de que o objetivo não é derrubar um indicado, mas eleger mais um representante dos minoritários. No entanto, para que isso ocorra sem alterar o número de conselheiros, é preciso reduzir um da "cota" da União. A decisão sobre o voto em bloco ou múltiplo só será definida na hora da assembleia.
A íntegra da nota
Petrobras sobre voto múltiplo para a AGO
Rio de Janeiro, 11 de abril de 2022 – A Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras, em atendimento ao disposto no artigo 30, inciso XXXIV da Instrução CVM 480/09, informa que recebeu de acionistas que detêm, em conjunto, mais de 5% das ações ordinárias da companhia, a solicitação de adoção de voto múltiplo na eleição de membros do Conselho de Administração na Assembleia Geral Ordinária (AGO) que será realizada no dia 13 de abril de 2022, de modo exclusivamente digital.
A Petrobras aproveita a oportunidade para informar que o boletim de voto à distância (BVD) divulgado aos acionistas para esta AGO já contempla a hipótese de adoção de voto múltiplo e os BVDs devidamente preenchidos e tempestivamente enviados através dos canais disponíveis terão seus votos computados na eleição para o Conselho de Administração da Companhia. Dúvidas relativas ao procedimento de inscrições na AGOE, que se encerram às 15h de hoje, podem ser esclarecidas com a área de Relacionamento com Investidores da Petrobras, através do e-mail assembleias@petrobras.com.br .