Depois de engatar marcha à ré e voltar para o patamar abaixo de US$ 100, o petróleo voltou a decolar nesta quarta-feira (23). Na metade da tarde, o barril do tipo brent está cotado a US$ 121, resultado de alta de quase 5% só neste dia.
O aumento volta a elevar a defasagem dos combustíveis no Brasil e complica a situação da Petrobras, já sob forte pressão depois do mega-aumento do início do mês. A mudança no comando é iminente e pode redefinir mudanças na forma de reajuste nas refinarias.
Em reunião da Agência Internacional de Energia (AIE) em Paris, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, anunciou que o país vai elevar a produção de óleo cru em cerca de 300 mil barris diários, cerca de 10% da produção atual. Um dos motivos da alta desta quarta-feira (23) foi o alerta sobre problemas em um oleoduto que transporta 1,2 milhão de barris diários de óleo cru do Kasaquistão, cerca de 1,2% do consumo global.
É um esforço para não deixar o preço dos combustíveis explodir, mas não apenas no Brasil. A AIE, que advertiu para a interrupção no fornecimento, por parte da Rússia, de um volume 10 vezes maior, de 3 milhões de barris/dia, a partir de abril. Para evitar escassez e, em consequência, altas ainda mais acentuadas nas cotações, a agência está coordenando um aumento global de oferta.
Com a má repercussão sobre a indicação de Rodolfo Landim para a presidência executiva da Petrobras - seu nome segue apontado como presidente do conselho para a assembleia-geral de 13 de abril, surgiu uma nova opção para o cargo de gestão direta: Caio Mario Paes de Andrade, atual secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, integrante da equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes.
Paes de Andrade substituiu o gaúcho Paulo Uebel na primeira debandada na pasta, em agosto de 2020. Seria uma alternativa "pró-mercado", mais do que Landim. O problema é que não tem experiência no mercado de petróleo, o que pode trazer problemas na aprovação pelo conselho de administração, embora o general Joaquim Silva e Luna também não tivesse história no segmento petroleiro ao ser aceito.
No mercado, há comentários sobre a intenção do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, que seria o "padrinho" de Landim, e do presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, de indicar nomes para ocupar a diretoria executiva da Petrobras.