Sim, estamos no meio de uma guerra que envolve sanções ao segundo maior produtor de petróleo do planeta. Sim, o petróleo disparou no mercado internacional - embora ainda muito caro, parou de acelerar e está cotado nesta sexta-feira (11) a US$ 112. Sim, o Brasil depende de importação de derivados para atender a seu mercado.
Mas os aumentos de 18,9% na gasolina, 24,9% no diesel e 16% no gás de cozinha que entraram em vigor nesta sexta-feira (11) vão ficar na história, e não de forma positiva.
Ao saber da magnitude dos repasses, a prioridade da coluna foi discutir seu impacto, assim como o do pacote de novas regras aprovado no Congresso em tentativa de "mostrar serviço" diante do gasolinaço que dói na parte mais sensível do consumidor, o bolso. O impacto indireto do diesel é muito maior, mas por não estar à vista, como as placas de preço nos postos, parece doer menos. Só parece.
Tudo indica que, mesmo que os esforços para a aprovação do pacote para "amaciar" o impacto do mega-aumento tenham partido de um senador petista, houve uma coordenação entre governo Bolsonaro e Congresso para parecer que algo estava sendo feito. Mas só para parecer.
Passada a urgência de explicar, contextualizar e detalhar, é preciso qualificar: esse não foi apenas mais um aumento. Foi um mega-aumento. Foi um "gasolinaço", um "dieselaço", um "gasaço". Não é normal. Não é inevitável. Não é razoável.
A Petrobras deveria ter administrado melhor a saída do "congelamento branco" de 56 dias. Daria ao menos tempo para juntar os pedaços do planejamento já estilhaçado pela pandemia de pessoas e de empresas. A sorte do governo Bolsonaro é que o brasileiro desabafa na forma de memes. Veja alguns abaixo para amargar menos o final de semana.