Depois de desabar 13% na semana passada, e mais 6% no início desta, o petróleo voltou a subir e a passar do nível de US$ 100. O movimento mais forte ocorreu na quinta-feira (17), mas a cotação do barril do tipo brent segue em alta nesta sexta-feira (18), em US$ 106,89.
A inversão do sinal é atribuída a dois fatores: um comunicado feito pela Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) de que a partir de abril a Rússia deve interromper o fornecimento de 3 milhões de barris por dia, e ao óbvio recrudescimento da guerra.
A baixa do petróleo havia feito o presidente Jair Bosonaro cobrar da Petrobras uma redução no preço dos combustíveis. A estatal tentou apresentar seus motivos nesta sexta-feira (18), em nota oficial, mas talvez tenha sido tarde demais: a subida de preço voltou a elevar a defasagem de preço dos combustíveis nacionais.
Nesta sexta-feira (18), complementando o alerta sobre o risco de falta de petróleo no mercado, a IEA sugeriu medidas para reduzir a demanda de petróleo em 2,7 milhões de barris por dia (bpd) em quatro meses, quase o mesmo volume que estaria sob risco. As sugestões são reduzir limites de velocidade, trabalhar em casa, criar dias sem circulação de carros, baratear o transporte público e incentivar o compartilhamento de automóveis. Não é habitual que a agência faça esse tipo de recomendação, que pode ser a antessala de um programa mais assertivo de redução de consumo.
Os bombardeiros a Kiev e a Lviv, nesta sexta-feira (18) também mostram que a guerra, em vez de avançar para uma negociação de trégua, recrudesceu. A Rússia ainda menciona "avanços", mas intensificou os ataques no front.
Também havia muita expectativa sobre a reunião virtual entre os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da Chian, Xi Jiping. A embaixada da China no Brasil distribuiu nota em que cita a frase de Xi que sinaliza certo distanciamento da Rússia: "Conflito e confrontação não interessam a ninguém. Paz e segurança são o que a comunidade internacional mais deveria valorizar". As cotações chegaram a declinar levemente, mas até o início da tarde, mantém a trajetória de alta.