Na segunda-feira seguinte à redução dos preços dos combustíveis, o preço do óleo Brent, referência internacional, acumulou 12% de queda em três dias.
– Foi um tombo forte e rápido, da casa de US$ 70 para a de US$ 60 (por barril) – observa Walter de Vitto, analista de petróleo e gás na Tendências Consultoria.
O corte feito pela Petrobras, segundo De Vitto, foi inferior ao permitido pela queda na cotação lá fora e do câmbio aqui dentro:
– Tudo leva a crer que possa cair um pouco mais nos próximos dias. Ficou uma gordurinha positiva.
A causa, afirma o analista, é o aprofundamento do conflito comercial patrocinado pelos Estados Unidos, que projeta desaceleração global.
– A redução do comércio internacional decorrente da imposição de barreiras tende a ter impacto negativo sobre o crescimento global.
Mantida essa situação, o preço pode seguir em declínio, mas lembra que há uma reunião da Opep marcada para a virada do mês, que embute o risco de cortes na produção, exatamente para tentar frear esse efeito. Para a frente, o cenário é nebuloso. Quedas tão rápidas e fortes não costumam ocorrer em ambiente de normalidade, mas não estamos exatamente em situação normal.