Depois do episódio da suspensão do reajuste de preço do óleo diesel, há duas semanas, a Petrobras radicalizou: anunciou na noite desta sexta-feira (26) que vai vender "integralmente" oito refinarias, entre as quais a Refap, de Canoas. O número corresponde à cerca de metade do total desse tipo de instalação, que produz combustíveis como gasolina e diesel.
Com a venda, a política de preços sai das mãos do governo federal e passa a ser compartilhada com os futuros controladores dessas plantas industriais.
O plano anterior previa a venda de apenas 60% de quatro unidades, duas no Sul e duas no Nordeste. Além da Refap, serão oferecidas à iniciativa privada Refinaria Abreu e Lima (Rnet), Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), Refinaria Landulpho Alves (Rlam), Refinaria Gabriel Passos (Regap), Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), Refinaria Isaac Sabbá (Remam) e Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor).
A lista não inclui algumas das maiores refinarias do país, como a de Paulínia.
A quebra do monopólio da Petrobras no refino foi decidida em lei de 1997, mas até hoje a estatal ainda concentra 99% da produção de combustíveis no país. As únicas exceções são a Refit (antiga Manguinhos), no Rio de Janeiro, e a Refinaria Riograndense, de Rio Grande, cujo controle é compartilhado entre Petrobras, Braskem e Ultra (dona dos postos Ipiranga
Conforme nota divulgada, os projetos de "desinvestimento" das refinarias, possibilitarão "maior competitividade e transparência ao segmento de refino no Brasil".
"As diretrizes estão de acordo com os pilares estratégicos da companhia que têm como objetivo a maximização de valor para o acionista, através do foco em ativos em que a Petrobras é a dona natural visando à melhoria da alocação do capital, aumento do retorno do capital empregado e redução de seu custo de capital", finaliza o documento.