Até o final do ano, a polêmica em torno do cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul deve se encerrar. O cálculo da geração de riquezas no Estado voltará a ser feito em casa. Na sexta-feira, a secretária de Planejamento, Orçamento e Gestão, Leany Lemos, detalhou à coluna que está trazendo técnicos da extinta Fundação de Economia e Estatística (FEE) para reforçar o Departamento de Economia e Estatística (DEE). Será o órgão que assumirá a responsabilidade das contas trimestrais do PIB. Afirmou que a mudança está ligada a acerto com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que calcula o nacional:
– Depende de retomar o convênio com o IBGE. São medidas que estão em andamento, e a gente espera, até o final do ano, retomar o cálculo do PIB pela própria secretaria.
Em abril de 2018, quando o governo Sartori decidiu extinguir a FEE e transferir o cálculo para a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o IBGE deixou de repassar dados que considera sigilosos porque a entidade encarregada do trabalho não tem caráter exclusivamente público. Leany teve reunião recente no órgão público de estatísticas para discutir detalhes.
Um gesto simbólico da secretária na direção do “PIB feito em casa” foi levar à mesa de divulgação, com os técnicos da Fipe, o diretor do DEE, Liderau Marques Jr. O DEE já recuperou, até agora, oito técnicos que haviam sido dispersados por outros órgãos da administração estadual, e pretende trazer outros de volta para o DEE.
No curto prazo, o que deve ocorrer, segundo Leany, é a redução do contrato com a Fipe, que inclui outros indicadores. Eduardo Zylberstajn, coordenador de pesquisas da Fipe e responsável pelo projeto do PIB gaúcho, lembrou que o contrato da fundação com o governo do Estado é de dois anos, e ficou suspenso durante meses pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). E confirmou que a Fipe cobrará o cumprimento do prazo pelo governo gaúcho. A expectativa é de que a volta para casa também reduza polêmicas sobre a origem de dados.