Na semana passada, o preço do diesel voltou a ultrapassar o valor que atingiu nos dias que antecederam a greve dos caminhoneiros, na segunda quinzena de maio de 2018. O dado é da pesquisa realizada em postos de combustíveis pela Agência Nacional do Petróleo, do Gás Natural e dos Biocombustíveis (ANP). O preço médio do combustível S500 (mais poluente) chegou a R$ 3,73, enquanto o S10 (com menos enxofre) alcançou R$ 3,65. No ano passado, os preços médios no início de maio estavam em R$ 3,55 (S500) e a R$ 3,64 (S10). Atualizados pelo IPCA, considerado o índice oficial de inflação do país, esses valores hoje representariam R$ 3,86 (S500) e R$ 3,96 (S10).
Por receio de uma nova greve do setor, o presidente Jair Bolsonaro chegou a pedir a suspensão de um reajuste de 5,7% em 11 de abril. Em 26 março, a Petrobras definiu que os preços do diesel não seriam reajustados com intervalos menores do que 15 dias. Na semana passada, em Dallas, Bolsonaro voltou a mencionar a possibilidade de rever a fórmula que segue as variações do mercado internacional:
– Lógico que se a gente puder rever isso aí, sem prejuízo para a empresa, sem problema nenhum, às vezes a política pode ter algum equivoco.
Em abril, Bolsonaro só foi convencido a autorizar o reajuste depois que a Petrobras perdeu cerca de R$ 30 bilhões em valor de mercado diante do temor de intervenção do Planalto.
*Com Anderson Mello