A interpretação de que os Estados Unidos "pegou leve" na nova rodada de aperto comercial sobre a China fez as bolsas internacionais terem dia positivo. O dólar também perde força ante as principais moedas de países emergentes. Essa percepção amainou o estresse do mercado nesta quarta-feira (19), que havia começado com dólar em alta e bolsa em queda. No final da manhã, o Ibovespa, média das principais ações negociadas no país, tinha avanço de 0,8%, enquanto o dólar recuava para o patamar de R$ 4,11, depois da abertura por volta de R$ 4,16, perto do recorde nominal da história do real.
Em dia de expectativa, não pela decisão, que tende a ser de manutenção do juro básico, mas pelos recados que o Banco Central (BC) pode passar no comunicado, o sobe-e-desce pode se acentuar com declarações de candidatos como a feita na terça-feira por Paulo Guedes, coordenador da campanha do candidato do PSL, Jair Bolsonaro. Guedes disse ter intenção de criar um tributo semelhante à CPMF, muito rejeitada no mercado financeiro exatamente por incidir sobre sua movimentação.
Embora até agora a alta do dólar, que passou de 30% no ano, não tenha se refletido com muita força nos preços, isso inevitavelmente vai ocorrer em algum momento e determinado valor. Diante disso, muitos economistas já avaliam que o BC terá de começar a dar sinais de que poderá rever a taxa básica ainda neste ano.