Quem não vem viagem ao Exterior nem hábito de consumir importados de luxo não precisa se preocupar com a alta do dólar? Infelizmente, precisa sim. A moeda americana subiu 5% em oito dias, e essa valorização vai se refletir em grande variedade de produtos. Além dos importados, os que têm componentes vindos do Exterior, os que usam algum derivado de petróleo e os que têm preço definido lá fora são os mais afetados pela subida das verdinhas. Confira os que enfrentam maior impacto.
Do pão ao óleo
A alta do dólar não torna mais caras apenas iguarias sofisticadas. A maior parte do trigo usado para fazer pão e macarrão vem de outros países. Além disso, mesmo alimentos produzidos em abundância no Brasil, suficientes para abastecer o mercado local e ainda vender ao Exterior, como soja, suco de laranja e até frutas, têm preço fixado no Exterior, que varia com o câmbio.
Não é só no celular
O mais óbvio é o impacto sobre smartphones, a grande maioria fabricado fora do Brasil. Mas boa parte dos componentes de fogões e geladeiras, que precisam estar na casa de todos os brasileiros, também vêm de fora, e tendem a subir de preço com a disparada do dólar.
Bomba-relógio
Além de o Brasil ainda comprar muito petróleo no Exterior, a matéria-prima é cotada em dólar. Mesmo que o Brasil produzisse tudo o que consome, o preço ainda varia com a moeda americana. A alta das verdinhas foi um dos fatores que geraram a crise do preço dos combustíveis no Brasil.
Além do luxo
Não são apenas produtos de luxo ou supérfluos, como bebidas e perfumes, que sobem com o dólar. Produtos básicos também vêm do Exterior, como peixe congelado, arroz, ovos, café e cacau (matéria-prima do chocolate). Assim que entrarem com o preço mais alto por conta do câmbio, devem subir por aqui.
Pintou sujeira
Já verificou os componentes nos rótulos de limpadores? Produtos químicos sintéticos (que não existem na natureza), muitos derivados de petróleo, podem chegar a 80% da fórmula. O gatilho, nesse caso, é o mesmo dos combustíveis, embora mais diluído.
China e petróleo
Boa parte do vestuário à venda no Brasil vem da China, logo tem preços definidos em dólar. Além disso, toda peça feita com tecido ou material sintético – poliéster, acrílico, elastano – usa como matéria-prima resinas derivadas de petróleo, que também tem preços definidos na moeda americana.
Dor no bolso
Sem contar os que são importados diretamente, a maioria dos fabricados no Brasil usa quase 90% de componentes importados. À medida que começarem a entrar no Brasil com preços mais altos, podem gerar reajustes no preço final.