O discurso ponderado de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) ajuda a acalmar o câmbio no Brasil. Com isso, o dólar fechou em R$ 4,10 – um recuo de 0,45 %. Na cidade turística de Jackson Hole (algo como "buraco de Jackson"), no Estado de Wyoming, Powell afirmou que "elevações graduais" na taxa de juro dos EUA devem ser adequadas para o esperado "forte desempenho" da economia americana.
Na véspera, a expectativa sobre o pronunciamento de Powell havia provocado alta do dólar em relação a várias moedas de países emergentes. Assim como no Brasil há poucos dias, quando a cotação ultrapassou a barreira psicológica dos R$ 4, por preocupações relacionadas à eleição à Presidência, na quinta-feira (23) a moeda americana cruzou o limite de 30 pesos na Argentina, embora lá tenha subido menos do que aqui.
A expectativa sobre a fala de Powell é relacionado ao risco de que a alta forte do juro americano leve para os EUA o capital que hoje está aplicado nos países emergentes. Parte desse processo já começou. Desde então, a Argentina já recorreu ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Turquia foi obrigada a adotar o maior juro básico do mundo, de 45% ao ano. O Brasil é considerado mais protegido a essa turbulência, por ter reservas elevadas e um resultado positivo nas transações com o Exterior, mas não é imune.