Em dia sem grandes pressões externas, o dólar quebrou o recorde de valor nominal desde a criação do real, em julho de 1994. Fechou em R$ 4,1957. Até esta quinta-feira (13), a maior cotação de encerramento havia ocorrido em 26 de janeiro de 2016, quando atingira R$ 4,1631. A alta de 1,21% ocorreu em jornada de alívio para várias moedas de países emergentes. Só o peso argentino perde mais valor na relação com o dólar. Operadores e analistas atribuem a alta às incertezas sobre a eleição à Presidência da República.
A bolsa de valores também foi afetada, mas em menor proporção, fechando com baixa de 0,58%. O índice Dow Jones da bolsa de Nova York fechou com alta de 0,57%, reforçando a percepção de que os movimentos de mercado são determinados por questões internas, não externas, apesar do vaivém das negociações sobre a guerra comercial entre Estados Unidos e China.
Operadores e analistas atribuem boa parte do nervosismo desta quinta-feira à espera pela divulgação de nova pesquisa eleitoral. Newton Rosa, economista-chefe da Sul América Investimentos, detalha que a saúde do candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, teve peso no mercado. Hospitalizado depois de um ataque a faca em Juiz de Fora (MG), foi submetido a uma cirurgia de emergência na noite de quarta-feira (12).
– Como ele é o líder das pesquisas, aos olhos de participantes do mercado é quem pode derrotar a esquerda. Doente, acamado e operado de emergência, pode perder força. Também houve reação à notícia sobre repasse de caixa 2 a um assessor do candidato do PSDB, Geraldo Alckmin. Mesmo que Alckmin não esteja diretamente envolvido, isso gera problema.
Além disso, um novo levantamento do Datafolha está previsto para sexta-feira (14). Depois dos sinais diferentes dados pelos maiores institutos, novos dados podem ajudar a avaliar a tendência do eleitorado neste momento.
A decisão do banco central da Turquia de elevar o juro de referência em 6,25 pontos percentuais de uma só vez, levando a taxa de 17,75% para 24% ao ano, foi bem recebida. É avaliada como sinal de que o presidente turco, Tayyip Erdogan, que condenava publicamente elevação do juro, não tem a palavra final sobre política monetária.