A justificativa do dia é o aumento da atração por títulos do Tesouro americano (Treasuries). Mas a subida do dólar começou há algumas semanas e chegou nesta segunda-feira (23) à máxima desde dezembro de 2016. A variação diária foi superior a 1%, o que também não se via desde fevereiro passado. Apesar de o juro básico nos EUA não ter se mexido nos últimos dias, o retorno anual dos Treasuries encostou em 3%. É o maior dos últimos quatro anos, o suficiente para deslocar parte dos recursos globais dos países emergentes como o Brasil.
Por isso, o dólar subiu frente a várias moedas neste início de semana.
Um dos elementos de pressão sobre o dólar é a expectativa de alta na inflação nos EUA. E, por sua vez, uma das origens desse movimento é o aumento no preço do barril de petróleo, que saiu da faixa de US$ 60 para alcançar octanagens próximas de US$ 75. Isso tende a elevar preços também no Brasil, dada a combinação entre a atual política
de reajustes da Petrobras e a pesada tributação sobre combustíveis.
É um cenário desfavorável na média, mas que agrada ao menos os exportadores, que ganham mais quando o dólar sobe. E ocorre, ao menos, em fase na qual a inflação brasileira está sob controle. Mesmo assim, sugere cautela.