Veio mais forte do que se esperava o tarifaço nos combustíveis, principalmente na gasolina e o alívio no bolso dos motoristas durou pouco. O aumento da alíquota de PIS e Cofins de R$ 0,38 para R$ 0,79 por litro vai levar a um aumento imediato de 16% nas bombas, calculou no final da tarde desta quinta-feira a Tendências Consultoria Integrada. Em Porto Alegre, conforme a ANP, o preço médio estava em R$ 3,59 na semana passada. Vai passar de R$ 4 o litro?
Uma das razões para o governo optar por onerar os combustíveis era a queda dos preços nos últimos meses, devido às cotações do petróleo e o dólar mais comportado. Como a inflação vem em trajetória descendente, não haveria um impacto tão grande no IPCA.
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Pelos cálculos da Tendências, porém, haverá um reflexo forte de 0,63 ponto percentual no índice entre julho e agosto e é possível que altere as previsões para 2017.
– Isso dá ideia do tamanho do problema fiscal – ressalta o economista da Tendências, Silvio Campos Neto.
Mesmo como tarifaço para arrecadar mais R$ 10,4 bilhões este ano e o corte adicional de R$ 5,9 bilhões no orçamento, em busca de cumprir a meta fiscal de 2017 de déficit de R$ 139 bilhões, é bom ir se preparando.
– O quadro para 2018 ainda é bem crítico. Pode vir mais – diz Campos Neto.
Cide, IOF e tributação sobre dividendos, que volta e meia retornam à pauta, estão no cardápio principal.