É algo que pode entrar, sim, na estratégia do Inter para o confronto das oitavas da Libertadores. A perda de força na Bombonera, com a ausência de público, é a discussão do momento no Mundo Boca (assim é tratado o universo argentino em azul e amarelo). Foram duas derrotas em dois jogos em casa pela Copa Liga Profesional, como foi batizado o encurtado campeonato argentino pós-quarentena.
No domingo retrasado, o Talleres, com seis jogadores oriundos da base do Boca, venceu por 1 a 0 um Boca com força total daquele momento – Fabra e Campuzano estavam com a seleção colombiana, e Salvio, machucado. Na sexta-feira, Miguel Ángel Russo usou um time misto contra o Lanús e lamentou a final a segunda derrota no ano. Depois do 2 a 1, questionado sobre série ruim e o fim da invencibilidade, Russo nem deixou a pergunta terminar: "E em casa!".
Já assisti a um Boca x River na Bombonera e estive lá, como repórter, naquele jogo do Inter em 2004, pela Copa Sul-Americana. O estádio treme mesmo quando a torcida começa a cantar a pleno. O som e a vibração do cimento parecem fazer da Bombonera uma caixa amplificadora gigante. O adversário sente essa atmosfera e fica atordoado porque, lá no campo, o piso também treme. Além disso, os jogadores mal conseguem se ouvir e conversar quando tentam ajustar o time.
Tudo isso se perdeu com as arquibancadas vazias. Sem a energia da arquibancada, o Boca vira um time e suas qualidades. Que são muitas, é bom se diga. Mas, nesse confronto em meio à pandemia, o Inter precisa estar ciente de que, em sua estratégia, o fator Bombonera está fora de questão. É campo neutro aqui e, também, campo neutro lá.
Aposta na volta de Salvio
Miguel Russo aposta na volta de Salvio ao time e vai incluí-lo na delegação que virá a Porto Alegre. Trata-se do principal jogador do time – Tévez é o ídolo, mas Sálvio, o cara que faz tudo funcionar. Contratado ao Benfica por 7 milhões de euros em junho de 2019, o meio-campista de 30 anos foi destaque na conquista do título argentino.
Russo vai esperar por ele até o último momento. Se ele não jogar, entrará Villa, colombiano de jogo mas vertical. O restante da equipe é conhecido: Andrada, Buffarini, Lisandro López, Izquierdoz e Fabra; Salvio (Villa), Campuzano, Capaldo e Cardona; Tévez e Soldano.