D'Alessandro deflagrou o processo eleitoral do Inter ao condicionar sua permanência no clube à decisão que sairá das urnas no final do ano. O capitão tomou a dianteira como voz da situação, algo que o presidente Marcelo Medeiros ainda reluta em fazer, para evitar que o ambiente político invada o vestiário e desestabilize a equipe, ascensão na tabela.
Não foi a primeira vez que D'Alessandro tomou partido no cenário eleitoral do Inter. Em março, antes do Gre-Nal pela semifinal do Gauchão, ele concedeu entrevista coletiva e foi duro nas críticas que conselheiros de oposição faziam ao time nas redes sociais e em programas de TV. A mensagem tinha como endereço os ex-vices de futebol Luciano Davi e Roberto Siegmann, com quem o argentino trabalhou em 2011 e 2012, respectivamente.
Na ocasião, D'Alessandro rebateu as críticas, dizendo que ficava impressionado com a postura dos ex-dirigentes: "Por que não fez antes? Teve a oportunidade de estar dentro do clube. Falo porque trabalhei com vários deles."
D'Alessandro tem contrato com o Inter até o final de 2019. O vínculo foi ampliado na sua volta ao clube, pelas mãos de Medeiros e do vice de futebol Roberto Melo, no ano passado. No domingo, quando foi homenageado pelos 10 anos no Inter, ele disse em entrevista que repensaria sua posição em dezembro. Nesta segunda, em outra festa de celebração pela década no Inter, o argentino foi mais específico e vinculou a permanência às urnas.
Neste momento, a corrida eleitoral no Beira-Rio está aberta. Medeiros, embora pressão familiar, deve mesmo concorrer à reeleição. A reorganização do clube e os bons resultados de campo o tornam favorito. O movimento I9 lançará candidato. Davi e Siegmann são seus nomes mais fortes. Uma terceira via é o conselheiro José Amarante, que foi vice de administração na gestão Giovanni Luigi e tem bom trânsito político no Conselho.