Candidato derrotado ao governo do Distrito Federal em outubro pelo PSL, o general da reserva Paulo Chagas é um dos alvos da operação da Polícia Federal nesta terça-feira (16), no caso que trata sobre suspeitas de injúria e difamação contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
A informação foi confirmada pelo militar em sua conta no Twitter. "Caros amigos, acabo de ser honrado com a visita da Polícia Federal em minha residência, com mandato (sic) de busca e apreensão expedido por ninguém menos do que ministro Alexandre de Moraes. Quanta honra!", escreveu.
Em conversa com o programa Timeline, da Rádio Gaúcha, o general disse que é um "cidadão comum" e que manifesta suas opiniões nas redes como qualquer outra pessoa. Com posturas críticas à suprema corte nas redes sociais, ele afirmou que se sentiu honrado pelo fato de estar sendo lido pelos ministros Dias Toffoli, presidente do STF, e Alexandre de Moraes, relator do inquérito, e que também foi responsável pelo ato que censurou reportagem da revista Crusoé.
— Estão monitorando o que eu escrevo. Isso muito me honra. Me dá a certeza de que estou sendo ouvido como cidadão. Isso é muito bom para a democracia — afirmou.
Segundo o ministro, os policiais foram até sua residência e apreenderam um notebook. Ele não estava em casa no momento da busca, autorizada pelo STF.
Questionado sobre se tem medo de continuar emitindo opiniões desfavoráveis a ministros do Supremo, ele reiterou sua postura:
— Não tenho medo. Se me der vontade de escrever qualquer coisa, eu vou escrever. Não tem nenhuma razão pra eu me calar — disparou.
O general esclareceu ainda que ontem, ao saber do caso da censura à reportagem da Crusoé, decidiu retuitar uma mensagem que havia escrito sobre o STF, no mês de março. Na mensagem, Paulo Chagas provoca: "Se quem não deve não teme, por que Gilmar Mendes e Toffolli estão tão agressivos? O desespero indica que estamos no caminho da verdade! "Sustentar o fogo porque a vitória é nossa" .
Ouça o programa Timeline aqui: