Juliana Bublitz

Juliana Bublitz

Jornalista, mestre em Desenvolvimento Regional e doutora em História Social, ingressou no Grupo RBS em 1999. Participou de coberturas marcantes como repórter de GZH, ZH e Rádio Gaúcha.

Boia campeira
Notícia

Marcos Livi, o chef do fogo

Famoso pelas churrascadas memoráveis no Parador Hampel, em São Francisco de Paula, Livi prepara um retorno às origens no dia 20 de setembro

Juliana Bublitz

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Marcos Livi é um tipo “piromaníaco”. Tudo, na vida do chef que ficou famoso pelas churrascadas memoráveis no Parador Hampel, em São Francisco de Paula, gira em torno das chamas. E assim será neste 20 de setembro, com a rusticidade de técnicas ancestrais e a “boia campeira” fumegando sobre o fogo de chão.

Foi pensando nas brasas que Livi passou a criar, a partir de 2016, uma série infindável de artefatos para assar tudo o que via pela frente: carne, ossos, miúdos, embutidos, legumes, vegetais e frutas. O arsenal desenvolvido, que hoje serve de inspiração e referência para outros assadores, vai muito além dos espetos e das grelhas. Inclui andaimes, gaiolas, arcos, domos, carrosséis e até gavetas metálicas de antigos arquivos de escritório. 

As criações deram origem a um evento chamado A Ferro e Fogo, marca registrada de Livi, que bebeu das influências do chef argentino Francis Mallmann e do italiano Dario Cecchini, dois experts quando o assunto é carne. 

Ao longo dos anos, as refeições ao ar livre temperadas pela fumaça passaram a atrair visitantes do Brasil e do Exterior, curiosos para conhecer o Parador - hotel instalado nos Campos de Cima da Serra em 1899.

Na próxima quarta-feira (20), feriado farroupilha, Livi planeja amanhecer o dia acendendo labaredas e preparando o banquete. Será uma volta às origens, com todas as suas criações ardendo na brasa, recheadas de costelões, cordeiros patagônicos, javalis, leitões e o que mais você puder imaginar. Tudo, claro, ao redor da fogueira.

— Costumo dizer que o que representa o gaúcho não é a carne, embora cada um de nós tenha o seu churrasco de estimação. É o fogo. É ele que nos junta, que reúne a família e os amigos, que convida ao assado — ensina o chef. 

O cozinheiro

Parador Hampel / Divulgação
O chef aprendeu a assar com o pai

Chef Natural de São Francisco de Paula, Marcos Livi é um empreendedor da gastronomia com negócios no Rio Grande do Sul e em São Paulo. É proprietário do Parador Hampel desde 2017 e assina o Grupo Bah, uma rede de empreendimentos que valoriza a cultura gaúcha na capital paulista com os bares Verissimo, Quintana, Brique, Napoli Centrale e FFBurger. 

Parador Hampel, patrimônio de São Chico 

Lucia Pires / Divulgação
Propriedade preserva características do fim do século 19

Hotel centenário de São Francisco de Paula, o Parador Hampel tem suas origens em 1899, quando foi inaugurado como hospedagem. Está em uma área de 25 hectares de mata nativa preservada, com seis cachoeiras e um lago. Apresenta os menus do restaurante Ana Terra e do projeto A Ferro e Fogo, uma experiência ao redor do fogo promovida aos domingos e que também percorre o país.

Serviço

  • O que: A Ferro e Fogo retrô
  • Onde: Parador Hampel (Rua Boca da Serra, 455, Remanso Indianópolis, São Francisco de Paula)
  • Quando: 20 de setembro, a partir das 10h30min
  • Cardápio inclui bebidas não alcoólicas e chope artesanal
  • Quanto: R$250 por pessoa (crianças até 6 anos, isentas; de 7 a 11 anos, meia-entrada)
  • Reservas: (54) 99692-9717 ou pelo e-mail reservas@paradorhampel.com

Curiosidades do cardápio

Lucia Pires / Divulgação
É carne que não acaba mais

O almoço de 20 de setembro, segundo o chef Marcos Livi, terá 20 costelões, seis cordeiros patagônicos, além de javalis, leitões e aves, somando 50 quilos de carne suína e 40 quilos de fango.

Entre os petiscos oferecidos, um dos destaques é o canudinho de morcilha, além de choripan com chimichurri e caldinho de feijão.

Haverá sete estações de comida (dedicadas a ossos e carnes com osso, carnes sem osso, carnes suína, de aves e de ovinos, além de vegetais e sobremesas), todas ao ar livre, em meio às brasas e à paisagem deslumbrante do local. Algumas das iguarias: costela 12 horas, tutano, purê de moranga, boia campeira (arroz, feijão, arroz de carreteiro, costelinha com quirera e guisado de abóbora), matambrito, torresmo, frangos inteiros, cordeiros patagônicos, legumes tostados e pimentões com queijo, além de sobremesas como ambrosia, compotas da estação e frutas caramelizadas.


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