De Bento Gonçalves, na Serra, o casal de jornalistas João Paulo Mileski e Carina Furlanetto partiu para uma expedição ao Brasil profundo - aquele que a maioria de nós só conhece de longe e, em muitos casos, mal. Pois os dois gaúchos estão dando uma aula sobre o país e seus contrastes.
A bordo de um Sandero 1.0 e acompanhados de 155 mil seguidores no Facebook e no Instagram (veja o perfil @cronicasnabagagem), João e Carina acumulam um ano e cinco meses de estrada. Desde maio de 2021, cruzaram 20 Estados e seguem no Norte, depois de concluir uma das etapas mais difíceis e emblemáticas do roteiro: a Transamazônica.
Com mais de quatro mil quilômetros, a BR-230 (sigla oficial da rodovia) foi construída na ditadura militar para levar desenvolvimento à Amazônia e integrá-la ao resto do país. Nunca chegou a ser concluída e virou sinônimo de devastação ambiental.
Embora existam produtores sérios, regularizados e preocupados com a exploração sustentável dos recursos naturais, o volume de queimadas e derrubadas às margens da via chamou a atenção dos viajantes.
— Ficamos em choque com o que vimos. Em parte do trajeto, principalmente entre o Pará e o Amazonas, choviam cinzas. Era difícil respirar. Muita gente nos criticou por relatar isso, dizendo que é algo normal em épocas de seca. Mas como só havia queimadas ali? É tudo muito triste — diz João.
As cenas que eles registraram (veja algumas nesta página) seguem vivas nas retinas da dupla. Agora, o casal está em Roraima. A jornada continua.