Vem aí um projeto que promete envolver toda a cadeia produtiva da carne e dos assados no Rio Grande do Sul, movimentando a economia e o turismo. Em parceria com empresários e representantes do setor, a prefeitura de Porto Alegre quer transformar a cidade na Capital Mundial do Churrasco.
A ideia será lançada em evento marcado para a próxima quinta-feira (2), no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho - não por acaso, o tradicional reduto do Acampamento Farroupilha, onde, a cada setembro, o aroma da carne no fogo pode ser sentido de longe.
Parte das comemorações dos 250 anos do município, o encontro reunirá 200 pessoas ligadas ao segmento e, claro, terá como prato principal uma baita churrascada - com o apoio já confirmado dos frigoríficos Silva (de Santa Maria), Zimmer (de Parobé) e Santo André (de Taquara), além da La Fogatta (fabricante de parrillas e grelhas na Capital) e de uma série de entidades (como a Associação Gaúcha de Criadores de Ovinos, as associações brasileiras de Angus e Hereford e a Associação Sulina de Criadores de Búfalo), entre outros parceiros que estão chegando.
Assadores "raiz" foram chamados para preparar o jantar, entre eles Renê Barbachan, Marcelo Bolinha e Bebeto da Fazenda Barbanegra. A iniciativa tem o patrocínio da Tramontina.
— Porto Alegre tem um grande potencial subaproveitado. É isso que queremos mostrar. Não há outra capital com tantas churrasqueiras dentro de casas e apartamentos. Aos finais de semana, a fumaça do assado está em todos os lugares. No setor gastronômico, temos desde espeto corrido até restaurantes de parrilla, carnes e legumes grelhados e steakhouses. É um diferencial — diz Ricardo Gomes, vice-prefeito e idealizador da proposta.
Para ajudar a mobilizar o setor em torno da causa, a prefeitura convidou uma especialista no assunto: Clarice Chwartzmann (já retratada aqui na coluna), chef, assadora de mão cheia, autora de livros sobre o tema e criadora da plataforma “A Churrasqueira”, com cursos, palestras e consultorias Brasil afora. Ela deixou São Paulo, onde morava desde 2019, para retornar de vez a Porto Alegre e se tornar a curadora do novo projeto.
— Achei que era hora de voltar para contribuir e tornar essa ideia realidade. Será um legado para a cidade e vai mexer com todo o setor, do campo à mesa, passando pelo comércio e pelo varejo. Tenho certeza que trará resultados incríveis — projeta Clarice.
A intenção, segundo o secretário Rogério Beidacki, responsável pela programação dos 250 anos de Porto Alegre, é chamar líderes setoriais, donos de restaurantes, pessoas ligadas à cultura do churrasco e às tradições gaúchas para unir esforços e criar uma marca. A prefeitura entrará como indutora, ajudando a divulgar a novidade, inclusive para atrair turistas (que hoje chegam à Capital e, muitas vezes, vão direto a Gramado, na Serra).
Entre os planos no horizonte, estão a criação de um museu do churrasco e de uma “universidade do assado”, além do lançamento de itens exclusivos com a nova marca, como facas (a Associação Gaúcha de Cuteleiros já é parceira), grelhas, espetos e uma variedade de produtos. Para outubro, após o Acampamento Farroupilha, já está previsto o Festival Internacional do Churrasco.
O desafio, agora, é fazer acontecer.