Mesmo com questionamentos contrários, a direção do Internacional mantém a estratégia de apresentar ao Conselho Deliberativo, no próximo dia 16, a proposta que pretende diminuir o tamanho da dívida do clube. A diretoria quer captar R$ 200 milhões no mercado, com juros mais baixos do que os praticados por bancos, trocando a dívida de curto prazo por uma de longo prazo.

Para atrair investidores, a proposta incluiu o estádio Beira-Rio como garantia caso o clube não consiga honrar com seus novos compromissos. Antes da sua casa, porém - avaliada em R$ 750 milhões -, a direção oferece as receitas sociais - R$ 90 milhões - e de bilheteira - R$ 21,5 milhões - e uma conta de fundo de reserva.

- Fizemos um cenário de teste de estresse e até no pior momento da pandemia seriam suficientes as receitas sociais para essa operação - garante o vice-presidente do Inter, Victor Grunberg.

Porém, se por alguma circunstância, a direção não conseguir honrar seus compromissos, Grunberg informa que o clube poderá apresentar novas garantias. Recursos dos direitos de transmissão de seus jogos na TV, por exemplo, são citados como alternativa.

- O estádio traz uma tranquilidade para a operação, mas por óbvio não é algo que queremos que seja executado - informa o vice-presidente.

Caso os 339 conselheiros rejeitem a proposta de inclusão do Beira-Rio no plano, a ideia será arquivada. Para diminuir o tamanho da dívida - R$ 693,9 milhões até 2023 -, o colorado continuará buscando recursos com bancos, como acontece atualmente. Porém, essa medida traz taxas mais altas e com menor prazo de pagamento.

- Mas estou muito otimista pela aprovação. Não é a solução dos problemas da dívida do Inter, mas um passo importante - avalia Grunberg.

Colorados contrários ao plano veem a ideia de incluir o Beira-Rio nas garantias como muito agressiva. Além disso, haveria um impedimento legal na medida. Como o terreno do estádio foi doado pela prefeitura ao Colorado, o imóvel não pode ser alienado sem que haja uma aprovação da Câmara de Vereadores.

A direção do Inter contesta. Segundo ela, a matrícula do estádio foi analisada pelos bancos e por quem está estruturando a operação e não foi encontrado problema na operação.