Não foi por falta de aviso. A atual situação enfrentada na construção das pontes sobre o Rio dos Sinos era muito previsível.
Motoristas que passam pela região tem encontrado dificuldades em perceber movimentação de trabalhadores. É não é à toa.
Não há dinheiro para se investir na construção. Os trabalhos só não pararam por formalismo. A burocracia enfrentada quando uma obra para é gigante. E quando pretende retomá-la, o contratante enfrenta as mesmas dificuldades.
Então, dessa forma, apenas serviços superficiais são mantidos. A construtora diminui a quantidade de operários envolvidos. Na prática, a obra não avança. Inclusive, os contêineres usados pelos operários da obra foram retirados do local.
Esse é o atual cenário da construção das quatro pontes na região do Rio dos Sinos. As travessias estão prontas. Porém, não há recursos em 2022 para a execução das rampas de acessos.
Enquanto não houver remanejamento de verba dentro do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), encontrar operário no local será tarefa de gincana.
A estimativa é que sejam necessários mais R$ 20 milhões de investimento para garantir o fim dos congestionamentos. Quando a verba chegar, o consórcio de empresas formado por EPC, Sogel, Mac e Iguatemi deverá levar uns seis meses para conseguir executar a construção.
Doação estadual
A doação de aproximadamente R$ 500 milhões para obras federais, prometida pelo governo do Estado - mas não aceita pelos deputados, frustrou expectativas de quem esperava poder ver o fim do congestionamento nessa região da BR-116.
Ponto futuro
Mesmo com a duplicação de pistas nesta região, os motoristas ainda não estarão livres de novos engarrafamentos. O problema só será totalmente resolvido quando houver a construção de um novo viaduto na região da RS-240, obra essa prevista também no atual contrato.
Melhorias na 116
Este é um contrato de R$ 392 milhões - valores de 2014 - que prevê uma série de ações em 38,5 quilômetros e tem prazo de vigência - inexequível, diga-se de passagem - de três anos.
O trecho de Esteio deverá receber a maior quantidade de novas obras, principalmente na região do Parque de Exposições Assis Brasil. Canoas terá um cruzamento por baixo da BR-116, próximo do Conjunto Comercial. Estão previstas também construções de ruas laterais e implantação de terceira faixa, inclusive em viadutos.
A escolha da empresa foi parar na Justiça e o Dnit precisou aguardar a decisão final para dar autorização de início aos trabalhos. O contrato só foi assinado em dezembro de 2019. A autorização ocorreu três anos e meio depois da realização da licitação.