Enfim, saiu a definição sobre o valor da passagem de ônibus de Porto Alegre. A tarifa do passageiro seguirá em R$ 4,80 - como a coluna informou em março.
Não há novidade no que foi anunciado. Aliás, a prefeitura não precisava ter esperado quase três meses para ter confirmado o óbvio.
Todas as propostas até aqui levantadas não seriam validadas a tempo. A ajuda financeira do governo federal ainda está longe de chegar; se é que ela virá.
Diga-se de passagem, a prefeitura não vem medindo esforços para socorrer o transporte coletivo. Tanto é que o prefeito Sebastião Melo era taxativo quando dizia que não iria aportar recursos dos cofres públicos. A ideia foi abandoada pois não há como manter a atual oferta de ônibus sem recursos do Tesouro.
A prefeitura informa, porém, que o subsídio vai diminuir de R$ 108 milhões em 2021 para 98 milhões em 2022. Porém, a tarifa técnica subiu de R$ 5,20 para R$ 5,60. Esse valor é o que de fato é repassado para as empresas.
O prefeito Sebastião Melo garante que a tarifa técnica não existe mais. Diz que a diferença entre o valor pago pelo passageiro e o montante devido será pago por meio do quilômetro rodado. Dessa forma, se as empresas rodarem menos, a prefeitura economiza. Mas o prefeito anunciou que 19 linhas serão retomadas em breve, o que irá fazer com que os ônibus circulem ainda mais pela cidade.
Então, como fazer para a conta fechar? A única maneira é a forma como os recursos serão pagos para a Carris. A empresa pública tem um custo maior do que as demais. Tradicionalmente, por causa disso, ela recebe mais verba da prefeitura. Como a intenção é distribuir melhor esses valores, a Carris não terá uma fatia maior dessa receita.
Se vai dar certo saberemos apenas no final do ano. Quem sabe, até lá, uma das várias sementes plantadas para socorrer o transporte público já tenha florido. Até lá, todo o cuidado é pouco.