Um mutirão tomou conta do trecho em obras da orla do Guaíba na terça-feira (19). Dezenas de garis ocuparam o trajeto de 1,6 quilômetro do novo espaço de lazer de Porto Alegre.
O grupo retirou os galhos secos e o lixo que se acumula às margens do Guaíba. Além disso, os operários do consórcio ACA/RGS fazem os últimos ajustes no local, trabalhos que irá durar até sexta-feira.
Estão ocorrendo instalações de louças dos banheiros, cortes de grama, instalação das lixeiras, pintura na ciclovia, entre outros ajustes. A cerca que impede o acesso à nova área de lazer será recolhido a partir das 9h de sábado.
— Damos mais um passo na reconexão da cidade com o Guaíba. Através de um trabalho árduo e de um investimento corajoso do poder público, estamos entregando aos porto-alegrenses e turistas um gigantesco complexo esportivo, que colocará a Capital de vez na rota e no calendário dos grandes eventos nacionais e internacionais — destaca o secretário municipal de Obras e Infraestrutura, Pablo Mendes Ribeiro.
Os três novos bares ainda não estarão com as portas abertas. Os permissionários já foram escolhidos, mas a montagem dos espaços gastronômicos ainda não começou.
A partir da entrega, no sábado, tanto a pista de skate e quanto as 29 quadras esportivas receberão manutenção constante. De acordo com a secretária municipal de Parcerias, Ana Pellini, os dois adotantes já estarão atuando. A parceria irá durar três anos. Enquanto isso, a Fundação Getúlio Vargas desenvolve o estudo que irá repassar para a gestão do espaço para a iniciativa privada.
Ao todo, 19 câmeras estão sendo instaladas na região. As imagens serão transmitidas diretamente para o Centro Integrado de Comando (Ceic).
Alguns detalhes que serão identificados pelos frequentadores. Assim como no primeiro trecho revitalizado, há pouca sombra, mesmo com o plantio de 550 árvores que foi anunciado. As espécies ainda são pequenas e insuficientes para aplacar o calor dos dias de verão da Capital.
Outra reclamação que também foi ouvida no primeiro trecho revitalizado, há muito concreto na região, pertencente às áreas de passeio, ciclovia, arquibancadas, rampas de acesso e escadarias. E, pelo projeto de Jaime Lerner, a área teria ainda mais cimento.
O trecho entre a ciclovia e o passeio também seria de concreto. Porém, os técnicos da prefeitura identificaram que o espaço poderia ganhar um canteiro verde. A proposta foi apresentada e aceita pelo escritório do urbanista, que projetou a revitalização.
Um problema que já existia antes das obras e que será muito mais percebido pela população, que irá ocupar mais a região é o lixo que toma conta das margens do Guaíba. Principalmente plásticos, mas há também outros entulhos, que se acumulam no local.
Apesar dos problemas, a região ganhou vida. Pracinhas para brincadeira das crianças, as 29 áreas para a prática de esportes, gastronomia, ou simplesmente um passeio em meio à linda paisagem são o ponto alto da revitalização.
Até as tartarugas foram contempladas. Ganharam uma área especial para desova próximo ao pontilhão. Outras curiosidades: a âncora que foi instalada na pista de skate foi encontrada abandonada às margens do Guaíba, durante a revitalização do primeiro trecho. Uma réplica da ponte da Praça Itália, localizada no Parque Marinha do Brasil, foi construída na pista e será um dos obstáculos a serem superados pelos skatistas.
As obras serão entregues exatamente dois anos depois de terem sido iniciadas. Pelo cronograma original, os trabalhos deveriam durar 12 meses, mas foi necessário adiar a data de término em três oportunidades. O investimento em todo o espaço foi de R$ 53,4 milhões.