Já vai tempo que as portas da Usina do Gasômetro estão fechadas. Em novembro, o prédio histórico, de 1928, vai completar quatro anos fechado.
As obras de revitalização estão ocorrendo há 18 meses e há ainda muito trabalho pela frente. Porém, o ritmo dos trabalhos tem sido mais intenso nos últimos meses, o que dá esperança de cumprimento do prazo de entrega dos trabalhos.
Desde janeiro de 2020, 40% dos serviços já foram realizados. A previsão de entrega está marcada para março. A ser confirmado o prazo, a Usina será reaberta às vésperas do aniversário de 250 anos de Porto Alegre.
Com a reabertura do prédio, a capital gaúcha atingirá quase 4,5 quilômetros contínuos de orla revitalizada contando com o projeto Embarcadero, trecho 1 - entregue em 2018 - e o trecho 3 - que fica pronto no fim deste mês. A exceção é o trecho 2, que ainda está em fase de projeto, e que tem 850 metros de extensão.
De acordo com a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi) já foi possível concluir as demolições, reforçar as fundações, realizar as impermeabilizações necessárias e a construção dos banheiros. Atualmente, os trabalhos estão voltados aos serviços estruturais na área do cinema, nas escadas, nos contrapisos e no fechamento de paredes de alvenaria.
- São diversas frentes de trabalho, que avançam concomitantemente para que possamos cumprir os cronogramas e concluir a obra dentro do prazo - destaca o secretário Pablo Mendes Ribeiro.
O investimento é de R$ 13,97 milhões. O consórcio Rac / Arquibrasil é o responsável pelos trabalhos.
A demora da obra
O principal entrave foi a demora das empresas responsáveis em apresentar o projeto estrutural da restauração, como previsto no contrato. O grupo do Paraná deveria ter entregue a documentação em fevereiro do ano passado, mas a apresentou somente em maio, de forma incompleta e precisou fazer correções no orçamento.
A prefeitura de Porto Alegre conseguiu negociar com o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) e prorrogar o término do financiamento que está disponível. Pelo prazo anterior, os R$ 10 milhões que serão usados na obra estariam disponíveis até agosto de 2020. Porém, o contrato teve a validade alterada até 2022.
A nova Usina
Com a reforma, o cinema mudará de lugar: deixará o terceiro andar e irá para o térreo, abaixo do teatro. A alteração foi realizada por orientação das equipes de segurança, pois facilita a evacuação em emergências. A porta principal também será alterada. O acesso será pela parte lateral do prédio, de frente para a Orla.
No segundo pavimento será inaugurado o Teatro Elis Regina, no formato de arena — assentos em volta do palco poderão abrigar até 300 pessoas. Um restaurante deve ocupar parte do terraço. Haverá, ainda, duas novas escadas, uma voltada para os trilhos do aeromóvel e outra que dará acesso ao terraço, reforçando a ideia de independência dessa área.