As obras do entorno da Arena estão completando sete anos paradas no mês de março. O Grêmio é uma das partes envolvidas nas negociações que tenta achar uma solução para o problema.
Desde 2018, o clube tenta construir, em conjunto com a prefeitura de Porto Alegre, Ministério Público e empresas envolvidas, uma forma para destravar o acordo. Além de melhorar o acesso aos torcedores, o Tricolor está de olho na compra da gestão da Arena.
O presidente do Grêmio sempre mostrou desconfiança sobre o assunto. Mesmo com o avanço das negociações - um acordo vem sendo construído desde dezembro do ano passado -, Romildo Bolzan não crê em solução até o fim do ano. Dessa forma, o estádio Olímpico seguirá sob responsabilidade do Tricolor.
- Não acredito em mais nada. Só depois de assinado. Se isto acontecer, o que não tenho mais certeza, somente no final do ano e com boa vontade, será possível trocar as chaves - destaca ele.
Dois encontros mediados pela Justiça já foram realizados. O documento prevê que o clube deve assumir o controle da Arena em julho. Mesmo assim, Romildo se mostra cético.
- Sempre tem mais uma diligência requerida, parece um comboio de diligência que sempre entra mais um vagão no momento da partida e atrasa tudo - reclama o presidente.
Na quinta-feira (25), ocorrerá o terceiro encontro. A construtora OAS precisará apresentar garantias de indenização, caso não consiga executar os serviços. É aqui que o Grêmio irá fazer parte, como a coluna já abordou o assunto, com exclusividade, em 27 de julho de 2020.
Os valores envolvidos indicam repasse de R$ 12 milhões, bancados pela OAS logo após a compra da Arena pelo Grêmio; de cerca de R$ 39 milhões por parte do Grêmio; e de R$ 11 milhões da hipoteca de um imóvel localizado ao lado do estádio Olímpico, no bairro Azenha, que seria usada como garantia no negócio.
Somente após a apresentação das garantias, a prefeitura terá autorização para conceder o habite-se dos apartamentos que ainda não puderam ser ocupados ao lado do estádio.
A primeira intervenção definida é uma obra de macrodrenagem, com desobstrução e desassoreamento de uma rede coletora na região. A Arena Porto Alegrense informa que está tratando dos procedimentos da liberação dos serviços com o Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae). Superada esta etapa, um prazo de 90 dias começará a contar até que os primeiros trabalhos sejam realizados.
A segunda etapa das obras, que só deveria ocorrer após a assinatura do acordo definitivo, contará com as obras nas vias públicas, entre elas as avenidas A. J. Renner e Padre Leopoldo Brentano e rua José Pedro Boéssio, e de construção de uma estação de bombeamento.