O pontapé inicial no destrave das obras do entorno da Arena do Grêmio deve ocorrer ainda no primeiro trimestre de 2021. O prazo foi informado em coletiva, no início da tarde desta quinta-feira (17), com a presença do prefeito Nelson Marchezan, membros do Executivo municipal e do Ministério Público do Estado (MP). A primeira intervenção será uma obra de macrodrenagem, com desobstrução e desassoreamento de uma rede coletora na região.
Esse movimento ocorre após a assinatura de acordo parcial entre as partes, incluindo a gestora da Arena e o Grêmio, na última quarta-feira (16). Agora, em fevereiro, uma nova reunião deve selar o acordo definitivo, que vai prever as próximas obras e os prazos.
Como o colunista Jocimar Farina adiantou, esse pacto deve abrir caminho para o Grêmio comprar a Arena. No acordo, também está previsto que o clube assuma o controle do complexo até o dia 31 de julho.
— Existe um comprometimento do próprio Grêmio, assim que ele conseguir formalizar a compra da Arena, em transferir recursos financeiros para a execução das obras — explicou o procurador-geral do Município, Carlos Eduardo da Silveira no encontro.
Os valores previstos para as obras de melhoria são preliminares, segundo o MP. Os repasses seriam de R$ 12 milhões, bancados pela OAS logo após a compra da Arena pelo Grêmio, de cerca de R$ 39 milhões por parte do Grêmio, e de R$ 11 milhões da hipoteca de um imóvel localizado ao lado do estádio Olímpico, no bairro Azenha, que seria usada como garantia no negócio.
Em síntese, o procurador-geral do Município e o promotor de Justiça de Defesa do Meio Ambiente de Porto Alegre, Alexandre Saltz, explicaram que a participação do Grêmio no acordo seria viabilizar a compra da Arena, garantindo os valores para a execução das obras.
— Então, o valor das garantias é em torno de R$ 63 milhões, R$ 64 milhões, que nos parece ser um valor suficiente para realizar essas obras. A participação do Grêmio vai ser justamente nesse sentido. Ao invés de o Grêmio pagar a Arena, o Grêmio vai depositar esse valor numa conta e esse dinheiro será utilizado na realização das obras — destacou Saltz.
A segunda etapa das obras, que só vai ocorrer após a assinatura do acordo definitivo, contará com as obras nas vias públicas, entre elas as avenidas A. J. Renner e Padre Leopoldo Brentano e rua José Pedro Boéssio, e de construção de uma estação de bombeamento.
O prazo máximo para a execução das obras é de até 58 meses após a compra da Arena, mas promotor Alexandre Saltz destaca que esse é o prazo que o Grêmio vai pagar pela compra da Arena e não significa que as intervenções ocorrerão nesse período.
— Esse é o prazo máximo. Não significa que as obras serão executadas nesse prazo. Esse é o prazo máximo. Evidentemente que elas podem e a gente espera sinceramente que elas terminem antes.