De uma maneira geral, obras avançam quando há dinheiro e quando as empresas contratadas não encontram impedimentos técnicos, físicos e legais. Se estas premissas estiverem atendidas, a chance de uma construção apresentar problema diminui consideravelmente.
No caso da duplicação da RS-118, tudo o que podia dar errado, deu. Mas há um tema complexo que enfrenta problemas em praticamente todas as obras onde ele precisa ser resolvido.
É o caso, por exemplo, da construção da Rodovia do Parque, da duplicação da BR-116, da ampliação de pista do aeroporto Salgado Filho. Os prazos precisaram ser revistos pela complexidade que envolve a remoção de famílias que vivem em áreas invadidas.
No caso da RS-118, aproximadamente mil casas precisaram ser removidas para dar lugar à nova pista. Durante os primeiros seis anos de obra, praticamente nada foi feito sobre isso. Somente a partir de 2012, com a lei do aluguel social, este lento processo teve início. As transferências prosseguiram durante outros seis anos.
O erro nestes processos é começar a obra antes de definir o futuro das famílias atingidas. Com planejamento, os governos podem achar soluções temporárias, e até mesmo definitivas, para que todos sejam contemplados - governo, construtoras e comunidades atingidas.
A duplicação da RS-118 completou, em julho, 14 anos em obras. A promessa do governo é que ela seja inaugurada em até 26 dias.
Os capítulos:
01) A falta de dinheiro;
02) Obras isoladas;
03) Obras incompletas;
04) Reassentamentos;
05) A crise do CNPJ;
06) A crise do asfalto;
07) Faz e refaz;
08) A perda de dinheiro;
09) As novas invasões;
10) A pouca sinalização;
11) O grande lixão;
12) O cemitério;
13) O erro que afetou a polícia;
14) A obra que nasce defasada.