Sete anos depois de ser anunciada pela então presidente Dilma Rousseff, uma obra aguardada há aproximadamente 50 anos pela comunidade da zona sul do Estado ganhou uma sobrevida no governo de Jair Bolsonaro. A ideia é encontrar uma solução para fazer a travessia a seco pela Lagoa dos Patos, entre a BR-101 e a BR-392, ligando os municípios de São José do Norte e Rio Grande.
Um termo aditivo foi publicado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Nele, a empresa Ecoplan teve seu contrato prorrogado por mais dois anos e três meses. A assinatura ocorreu na quinta-feira (11) e terá vigência até março de 2023.
"Em análise preliminar, detectamos a necessidade urgente de se adequar essa travessia entre os dois municípios, seja melhorando a travessia existente, criando novos traçados de acesso, ou construindo uma ligação seca entre os dois municípios. A melhoria da travessia traria também outros benefícios como a criação de uma rota mais curta entre o Nordeste do Rio Grande do Sul e o Porto de Rio Grande, desafogando o tráfego nas rodovias BR-116 e BR-392", informa o Termo de Referência que foi publicado em 2013 pelo Dnit.
Ela deverá realizar Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (Evtea). O objetivo é encontrar alternativas como manter as balsas, fazendo ou não investimentos para melhorar o serviço; construir pontes com tamanhos variados, e até mesmo com içamentos; e, por fim, um túnel por dentro das águas da lagoa.
Espera de 50 anos
Hoje, para ir de uma cidade a outra é preciso usar o serviço de balsas. A travessia leva pouco mais de 35 minutos para cruzar os cerca de 4 quilômetros.
A ponte será importante para Rio Grande, mas mais ainda para São José do Norte, que tem hoje pouco mais de 27 mil habitantes. A cidade chegou a viver a expectativa dos investimentos da indústria naval e o desenvolvimento do Porto de Rio Grande. A construção de uma ponte na região diminuiria em 110 quilômetros a distância entre Rio Grande e Santa Catarina.
Em outubro de 2014, a licitação foi lançada. Em maio de 2015, a Ecoplan foi anunciada a vencedora – ficando responsável por realizar estudos de viabilidade técnica-econômica e ambiental em um ano, ao custo de R$ 1,98 milhão.
Os trabalhos chegaram a começar cinco meses depois. Apenas as análises iniciais foram realizadas. Porém, o assunto praticamente não evoluiu durante a gestão de Michel Temer.