O consórcio Rac / Arquibrasil foi notificado pela prefeitura de Porto Alegre. O grupo ainda não apresentou o projeto estrutural da reforma da Usina do Gasômetro, na orla do Guaíba. A documentação deveria ter sido entregue em fevereiro. O consórcio foi notificado, que é uma sanção administrativa antes de uma possível multa, que pode até derivar para uma posterior rescisão do contrato.
Apesar dessa dificuldade, a prefeitura garante que não há atraso ou chance da obra parar. Outros serviços estão sendo adiantados. As demolições que não comprometem a parte estrutural da usina estão em fase final. Também estão ocorrendo as instalações elétricas e de climatização.
"Isso não significa que a obra irá parar em breve, porque é somente parte de toda a reforma da usina. Não há atraso no cronograma da obra, pois, conforme respondemos, outros serviços que seriam feitos depois estão sendo adiantados", informa a assessoria da prefeitura de Porto Alegre.
Apesar dessa promessa, há estimativa dentro da própria prefeitura que aponta que a obra pode parar até julho, pois o projeto estrutural é um levantamento minucioso e talvez o valor estimado da execução seja muito superior ao que foi previsto.
A ordem de início das obras foi dada em janeiro. Contratualmente, o serviço deverá ser finalizado em março de 2021. Serão gastos R$ 11,44 milhões. A maior parte dos recursos, R$ 10 milhões, virá de um financiamento do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF). O restante, de recursos próprios da prefeitura.
Para conseguir o repasse total dos recursos da CAF, a prefeitura teria que concluir a obra em agosto de 2020, cinco meses antes do previsto. Como isso não irá ocorrer, será necessário negociar com a CAF uma prorrogação de contrato. Nesse caso, o banco precisará ser convencido de que as obras estão em andamento. Se a reforma estiver parada, a CAF poderá cancelar as parcelas.
Nova usina
Com a reforma, o cinema mudará de lugar: deixará o terceiro andar e irá para o térreo, abaixo do teatro. A alteração foi realizada por orientação das equipes de segurança, pois facilita a evacuação em emergências. A porta principal também será alterada. O acesso será pela parte lateral do prédio, frente para a orla.
No segundo pavimento será inaugurado o Teatro Elis Regina, no formato de arena — assentos em volta do palco poderão abrigar até 300 pessoas. Um restaurante deve ocupar parte do terraço. Haverá, ainda, duas novas escadas, uma voltada para os trilhos do aeromóvel e outra que dará acesso ao terraço, reforçando a ideia de independência dessa área.