
O julgamento de David da Silva Lemos, acusado de matar os quatro filhos dentro de casa, em Alvorada, na Região Metropolitana de Porto Alegre, tem início nesta terça-feira (13). Lemos está preso desde a época do crime.
O júri está previsto para se iniciar às 9h no fórum do município. O Tribunal do Júri será presidido pelo juiz Marcos Henrique Reichelt, da 1ª Vara Criminal Especializada em Júri da Comarca de Alvorada.
Durante o julgamento, serão ouvidas 11 testemunhas: três de acusação, quatro de defesa, além de outras quatro testemunhas indicadas pelas duas partes.
Em seguida, haverá o interrogatório do réu. A previsão é de que o julgamento dure três dias.
As vítimas são os irmãos Yasmin, 11 anos, Donavan, oito, Giovanna, seis, e Kimberlly, três.
Três das vítimas foram encontradas com marcas de facadas e uma com sinais de asfixia.
A mãe das crianças tinha medida protetiva contra o acusado na época do crime, segundo o delegado Edimar Machado.
Conforme a acusação, o crime foi motivado pela não aceitação do término de relacionamento com a ex-companheira, mãe das vítimas.

Motivo torpe, diz MP
Conforme denúncia apresentada pelo Ministério Público (MP), o acusado teria praticado os crimes por motivo torpe, ao utilizar a morte dos filhos como ''instrumento de sofrimento à ex-companheira'', e por meio cruel, ''desferindo nas vítimas múltiplos golpes com arma branca, causando-lhes extenso sofrimento'', além de asfixia, no caso da menina de três anos.
O promotor acrescenta que os crimes foram praticados contra menores de 14 anos e contra mulher, por razões da condição do sexo feminino no âmbito de violência familiar, já que três das vítimas eram meninas.
Contraponto
A Defensoria Público do Estado, que representa David, informou que irá se manifestar somente no plenário do Tribunal do Júri.
Relembre o caso

As crianças foram encontradas mortas na casa onde estavam com o pai em Alvorada por volta das 19h30min de 13 de dezembro de 2022, quando familiares acionaram a polícia. David da Silva Lemos já havia deixado o local, mas foi encontrado no dia seguinte, em um hotel na Capital.
Segundo a polícia, ao ser preso, o homem confessou ter cometido o crime e que deu calmante às crianças antes da morte. No entanto, na delegacia, durante o depoimento e acompanhado de um defensor público, permaneceu em silêncio.
A avó materna das quatro crianças relatou à reportagem da RBS TV que o acusado já havia agredido a mãe das crianças e que acreditava que ele tenha cometido os crimes para atingi-la.