Enfim, as obras vão começar. O Consórcio Cais Mauá do Brasil recebeu na segunda-feira (25) as últimas autorizações que precisava para realizar as obras da primeira etapa da revitalização do seu espaço, chamado de Marco Zero.
Um dos documentos veio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Ele autoriza a colocação de contêineres próximo ao armazém A7.
Neste espaço, serão instaladas opções gastronômicas para os frequentadores. Os seis pavilhões que formam o armazém A7 (não tombado) serão pintados e servirão de depósito para a área de restaurantes.
No mesmo dia, a sanção da lei que atualiza o Código Municipal de Edificações foi publicada no Diário Oficial de Porto Alegre (Dopa). Com ela é permitido o uso dos contêineres na cidade. Da prefeitura também veio a autorização da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e da Sustentabilidade (Smams) para a poda de galhos de árvores. A intervenção auxiliará na instalação das área para práticas esportivas, food trucks, espaço para crianças e bicicletário.
As duas áreas de estacionamento estão sendo criadas. A da parte interna já recebeu demarcação das vagas. Porém, ainda será realizado um nivelamento do solo e colocação de brita. Já a parte de estacionamento do lado de fora do cais terá aplicação de asfalto.
As empresas DC Set e Tornak Participações e Investimentos foram contratadas para desenvolver os projetos de entretenimento. As vagas de estacionamento serão de responsabilidade da Estapar. Elas poderão administrar o espaço por quatro anos.
A expectativa do consórcio Cais Mauá do Brasil é começar a liberar o novo espaço à medida que as intervenções forem sendo feitas - ou seja, não será necessário aguardar a conclusão total.
No fim de abril, um evento ocorrerá na região para realizar o lançamento oficial do projeto, quando deverá ser anunciado o cronograma dos trabalhos. Até o início do segundo semestre há uma avaliação que seja possível já concluir a revitalização deste primeiro espaço de entretenimento e entregar a área para uso dos frequentadores.
Uma ideia anterior, que chegou a ser cogitada, era entregar alguma parte do espaço nesta terça-feira (26), em comemoração ao aniversário de 247 anos de Porto Alegre. O adiamento, porém, não frustrou os planos dos envolvidos no projeto.
- A prefeitura está agindo com agilidade. Seus técnicos fazem um trabalho sensacional, bem como seus secretários, vice-prefeito e prefeito - avalia o presidente do consórcio Cais Mauá do Brasil, Eduardo Luzardo.
Paralelamente a isso, o consórcio está realizando o desenvolvimento do projeto original, de restauração dos armazéns. A fase um envolve os 11 armazéns tombados e já conta com as licenças necessárias para o começo das obras. A restauração dos armazéns será realizada por etapas, assim que a comercialização for sendo definida.
Esta área mais próxima do Gasômetro, que será entregue de forma temporária, integra a fase dois do projeto, que originalmente prevê um shopping, ainda depende das licenças definitivas para ser executada, assim como a terceira etapa, que envolve área mais próxima à Rodoviária de Porto Alegre. A execução das três fases tem um gasto estimado em R$ 600 milhões.
Longa espera
A concessão do cais por 25 anos foi assinada em 2010, durante o governo Yeda Crusius. Somente em dezembro de 2017, as licenças necessárias para a construção da primeira parte do empreendimento foram concedidas. Em fevereiro de 2018, a ordem de início das obras foi assinada. A área chegou a ser limpa e cercada, mas uma operação da Polícia Federal envolvendo antigos gestores espantou investidores, motivou novas trocas de diretoria e interrompeu os trabalhos.