A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Duas culturas de verão poderão colocar o Rio Grande do Sul em um novo patamar da produção de grãos na safra 2024/2025: a soja e o arroz. É o que mostram as estimativas do primeiro levantamento do ciclo divulgado nesta terça-feira (15), pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Até o momento, a produção gaúcha está prevista em 38,35 milhões de toneladas, volume 3,3% a mais do que na safra anterior. Se confirmado, será um novo recorde para o Estado. Deste total, 28,64 milhões de toneladas são estimados entre soja e arroz.
A área destinada ao plantio, por outro lado, está prevista em 10,48 milhões de hectares, uma elevação de 0,7%. Destes, 7,8 milhões de hectares são das duas culturas.
De acordo com Fabiano Vasconcellos, gerente de Acompanhamento de. Safras (Geasa), os números indicam uma recuperação em relação à safra passada, afetada pelo clima.
— A safra atual tem perspectiva de chuvas mais uniformes, com menos anomalias. Isso pode ter resultado significativo na slavouras de primeira safra no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná — acrescenta o técnico.
Considerando a safra em todo o Brasil, igualmente impactada pelo clima, a primeira estimativa da Conab aponta para uma produção nacional de 322,47 milhões de toneladas de grãos. O volume representa um crescimento de 8,3% ao obtido em 2023/2024, também com um novo recorde. Para a área, estima-se crescimento de 1,9% sobre a safra anterior, passando para 81,34 milhões de hectares.
Produtores têm ponderado à coluna, no entanto, que as estimativas apresentadas podem não se concretizar diante da falta de solução com relação ao passivo de financiamento.
O arroz
Responsável por 70% da produção nacional, o Rio Grande do Sul deve registrar um aumento de 15,3% na produção de arroz, chegando a 8,26 milhões de toneladas. A área está prevista em 988 mil hectares, também com uma elevação de 9,7%. O Instituto Rio Grandense do Arrioz (Irga) prevê um pouco menos, em 948,4 mil hectares. Deste total, 18,7% já foram semeados no Estado.
Para Vasconcellos, esse cenário (do arroz) se justifica pelo esforço dos produtores em diversificar cultivos, pelo cenário favorável do mercado e pela política pública direcionada para o arroz da Conab.
— Além disso, em anos de La Niña, as produtivdades são excelentes, como vemos na série histórica da Conab de arroz. É o que o modelo acaba indicando também para essa safra — acrescenta o gerente.
E o cenário gaúcho tende a impulsionar o resto do país, que deverá ter alta de 13,8% na produção, com 12,05 milhões de toneladas no total.
A soja
Só na soja, principal cultura do Estado, a Conab prevê uma produção de 20,34 milhões de toneladas, um aumento de 3,5% em relação à safra passada. A oleaginosa também deve ter um incremento de 1,1% na área cultivada, chegando a 6,84 milhões de hectares.
E o plantio começou na semana passada no Estado, segundo a Emater.