A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Pelo menos 3,3 milhões de toneladas de soja, milho e arroz — e dezenas de máquinas agrícolas — foram levadas água abaixo pelas cheias no Estado. É o que estima a consultoria Cogo Inteligência em Agronegócio, em levantamento divulgado nesta terça-feira (21). O volume representa uma quebra de quase 10% da produção que estava prevista para esta safra de verão — de 35,1 milhões de toneladas.
O principal problema, explica Carlos Cogo, sócio-diretor da consultoria, é que as enchentes atingiram as lavouras em plena colheita:
— Aí não teve jeito. Os produtores perderam tudo que estava nas lavouras, máquinas, grãos, solo...
O maior prejuízo deve ser na soja, principal cultura plantada no Estado, e que, neste ano, estava esperando produção recorde. Agora, são estimadas perdas de 2,5 milhões a 3 milhões de toneladas, uma diminuição de 11% a 13% da safra do grão. Abertura de vagens, germinação de grãos e proliferação de fungos são alguns dos problemas visualizados até o momento.
Mas o volume da quebra pode ser ainda maior, acrescenta Cogo:
— A gente não sabe ainda qual é o dano que está nos grãos armazenados. Vamos lembrar que a gente estava no pico de colheita. Tinha muita coisa colhida que já estava armazenada. Pode ter havido infiltração nos silos, etc.
O problema com excesso de água começou ainda no início do ciclo. A safra de verão ter sido encerrada no outono é um indicativo, por exemplo, do atraso no plantio por causa da chuva.
A safra de verão após a enchente
- Soja: quebra estimada entre 11% e 13% da produção inicialmente esperada em 22,5 milhões de toneladas
- Arroz: quebra estimada em 5,33% da produção inicialmente esperada em 7,5 milhões de toneladas
- Milho: quebra estimada em 7,8% da produção inicialmente esperada em 5,1 milhões de toneladas
Fonte: Cogo Inteligência em Agronegócio