Gisele Loeblein

Gisele Loeblein

Jornalista formada pela UFRGS, trabalha há 20 anos no Grupo RBS e, desde 2013, assina a coluna Campo e Lavoura, em Zero Hora. Faz também comentários diários na Rádio Gaúcha e na RBS TV.

Do campo para as cidades
Notícia

Efeito das cheias: preço de verduras dispara e oferta cai em mercados de Porto Alegre

A Ceasa/RS registrou valores até 100% maiores de alguns produtos nos últimos dias em comparação ao mês anterior às enchentes

Carolina Pastl

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A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.

Se, no campo, o efeito trazido pelas cheias vão de hortas inundadas a colheitas perdidas, nas cidades, está no preço — e na oferta — de alguns hortifrútis. Do alface ao espinafre, os valores dispararam no atacado e nas gôndolas de supermercados na Capital. Na Centrais de Abastecimento do Estado (Ceasa/RS), há produtos que chegam a custar 100% a mais do que no mês passado.

É o caso do alface, da couve e do espinafre. No dia 18 de abril, o valor médio da unidade de alface chegou a R$ 2,08. Um mês depois, no dia 17 de maio, subiu para R$ 4,17. Em redes de supermercados visitadas pela reportagem, o preço oscilava entre R$ 5,99 a R$ 8,98. 

De acordo com o gerente técnico da Ceasa/RS, Léo Omar Marques, é nítida a menor oferta de produtos do Rio Grande do Sul no complexo:

— Por vários motivos, seja por questão de acessos, seja por perdas diretas nas lavouras. Por isso, a Ceasa tem incentivado os atacadistas a buscarem produtos de fora, para não haver desabastecimento. Mas, claro, aí vem com o custo de frete.

As hortaliças que abastecem a Ceasa vêm da Serra, do Vale do Caí e da Região Metropolitana. Atualmente, no entanto, é o município de Viamão que mais tem enviado produto, acrescenta Marques.

Nas unidades do Grupo Zaffari, a empresa afirmou, em nota, que "está mantendo o abastecimento do setor de hortifrutigranjeiros, com a exceção de alguns produtos que apresentam ruptura de fornecimento". E acrescentou "que a maioria dos produtos de hortifruti são fornecidos por produtores do Rio Grande do Sul, e que, na impossibilidade de atuação desses, a empresa já está buscando parceiros comerciais de fora do Estado".

Segundo Luis Bohn, gerente técnico estadual adjunto da Emater/RS-Ascar, o prejuízo foi grande na produção de olerícolas em todo o Estado:

— As hortaliças têm um ponto de colheita muito curto, e perderam muita qualidade pelo excesso hídrico. É um produto delicado, e com a quantidade de chuva que teve, não deu para os produtores salvarem muita coisa.

Bohn também estima prejuízos nos cítricos e na cenoura, com o apodrecimento dos vegetais. E cita a questão logística como outro grande entrave para a falta de alguns hortifrútis na Capital.

Há, no entanto, produtos que foram menos ou nada afetados com relação ao preço. É o caso do abacate, morango, melancia, maçã, repolho, alho, beterraba, entre outros.

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