A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Reaberta em um espaço provisório desde a semana passada, as operações da Centrais de Abastecimento do Estado (Ceasa/RS) seguem no estacionamento do Centro de Distribuição das Farmácias São João, no km 80 da freeway, em Gravataí. Evandro Finkler, presidente da Associação dos Produtores da Ceasa/RS, projeta que a estrutura permaneça, pelo menos, por mais 15 dias:
— Está tudo cheio d'água no complexo. Depois de secar, terá de ser feita uma limpeza para, então, trabalhar provisoriamente no pátio. Até normalizar tudo e voltarmos para dentro.
Conforme a Secretaria de Desenvolvimento Rural, a qual a Ceasa está vinculada, a manutenção da estrutura provisória está sendo avaliada, não havendo um prazo de quanto tempo deve permanecer em uso.
O Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) estima que, até este domingo (19), a Estação de Bombeamento de Água Pluvial Anchieta, que abrange a área da Ceasa e do aeroporto Salgado Filho, seja religada. Com isso, a perspectiva é de que a água acumulada no complexo — e em toda a região — comece a ser drenada.
Com o objetivo de manter aberto esse canal de abastecimento de hortifrutigranjeiros no Estado, o novo espaço é 10 vezes menor do que o complexo da Ceasa. Ainda que em área menor, é "importante para escoamento da produção", avalia Finkler:
— Pelo menos temos lugar para comercializar os produtos.
Ao todo, cerca de 300 produtores estão participando, de segunda a sexta-feira, das 9h às 15h. Em dias normais, a sede do complexo reúne 1 mil produtores de 1,5 mil cadastrados.
Além do espaço reduzido, os impactos trazidos pela chuva no campo, e as obstruções nas estradas também têm dificultado a chegada de volume maior de produtos. O impacto de imediato que pode ser visto é nas hortaliças — com baixa oferta ou qualidade.
A principal região que tem conseguido escoar a produção à Ceasa é a Serra, apesar de também ter sido bastante impactada.
— Muitos têm camaras frias com maçãs, por exemplo, e aí não foram afetados — esclarece o dirigente.
Para os próximos meses, Finkler teme prejuízos na produção de legumes, como cenoura e beterraba. Segundo ele, "houve um gap de produção".