Nas lavouras, a nova safra de arroz é semeada com um ritmo que deve deixar a maior parte das áreas dentro da janela preferencial, período em que se obtêm as melhoras produtividades. Dados do Insituto Rio Grandense do Arroz (Irga) indicam que o cultivo alcançou 84,11% dos 948,36 mil hectares estimados. No mercado, o movimento é oposto: só na semana, o preço da saca recuou R$ 5,61, segundo os indicadores do Cepea-Irga.
De forma geral, a semeadura apresenta uma boa evolução no Estado, com as lavouras devendo ficar, majoritariamente, no calendário preferencial — que se encerra neste 15 de novembro. A exceção é na Região Central, onde a necessidade de recuperações estruturais, após o impacto da chuva, impõe um ritmo diferente. A área plantada lá é de 53,46% da prevista.
— A intenção dada para os técnicos do à época do início de safra poderá não ocorrer por completo, porque muitas áreas ainda precisam ser ajustadas e recuperadas — explica Ênio Coelho, coordenador da região Central do Irga.
Como a região tem menor peso no todo da safra, em relação a outras áreas, como a Fronteira Oeste, esse atraso pontual não deve comprometer o resultado do Estado, avalia Alexandre Velho, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado (Federarroz-RS). Com mais espaço para o arroz nas lavouras do RS e do Brasil e a perspectiva de uma colheita maior, o mercado tem um momento de queda de preços ao produtor.
— Está caindo em plena entressafra. Como há expectativa de aumento de área no Brasil e no Mercosul, gerou um movimento de pouca compra do varejo na indústria. Acaba comprando "da mão para a boca", só o necessário para não faltar — avalia o presidente da Federarroz-RS.
Na segunda-feira (11), a saca de 50 quilos do arroz em casca fechou a R$ 115,96. Três dias depois, foi a R$ 110,35, segundo o Cepea-Irga. Nos últimos 30 dias, a redução é de 7,81%. Velho projeta uma tendência de estabilidade nos valores, "dentro dos novos patamares":
— Por outro lado, temos um produtor com alternativas, que tem como segurar um pouco (a venda), não fazendo uma oferta excessiva.