Depois de uma valorização que fez o preço ao produtor bater os R$ 130 a saca, o arroz entrou em uma nova rota e caminha para um patamar de estabilidade. No momento, este é o cenário que se desenha no mercado brasileiro. Conforme o indicador do Cepea/Irga-RS, a cotação da saca de 50 quilos fechou na segunda-feira (4) a R$ 118,39, leve recuo, de 0,03%, sobre a sexta-feira.
Com uma área maior projetada para o Rio Grande do Sul — maior produtor do cereal no país — e para o Brasil, e também bons prognósticos para o Mercosul, projeta-se uma ampliação do volume a ser colhido no próximo ano.
— Somado à perspectiva de um clima mais favorável do que nós tivemos nos últimos anos, leva à expectativa da maior safra brasileira em sete anos. E isso é um fator que está complicando um pouco a perspectiva de preços neste momento — pontua Cleiton Evandro dos Santos, analista de mercados da consultoria Planeta Arroz.
Ingredientes externos completam o quadro atual, com o fator cambial deixando o produto brasileiro pouco competitivo e com a reinserção de players, como a Índia, ampliando a oferta global. Diretor comercial do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Ailton dos Santos Machado avalia que o momento do mercado é de equilíbrio.
— Para o consumidor, a tendência é de estabilizar ou até ficar um pouco mais barato — acrescenta o analista da consultoria Planeta Arroz.
Para o produtor, o patamar atual de preços mantém a perspectiva de renda, importante diante da elevação de custos, que incluem a recuperação dos estragos deixados pela catástrofe climática. Na Região Central, onde as enchentes deixaram um rastro de destruição mais intenso nas lavuuras de arroz, há o trabalho de recuperação do solo — que se estenderá por anos — e, em alguns casos, a necessidade de reposição de máquinas levadas pelas águas.