A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Depois da oferta de arroz virar um debate nacional, a nova safra do cereal avança com perspectiva de uma área 5,3% maior e uma colheita igualmente superior a deste ano. O que não impede que carregue heranças da catástrofe climática. É o caso do custo de produção, que ficará maior por conta das despesas para a recuperação: de solo, de máquinas, do sistema de irrigação usado, entre outros.
— Muitos canais de irrigação desmoronaram, têm de ser refeitos, ou melhorar o sistema de drenagem — enumera Alexandre Velho, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado (Federarroz-RS).
Marcas deixadas pelas chuva também ajudam a explicar o ritmo ainda lento na semeadura das lavouras da Região Central. Dados do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) mostram que apenas 16,24% da área estimada foram cultivadas, ao passo que a média no Estado é de 48,18%, com pontos representativos da produção tendo um percentual superior a 50%. Caso da Zona Sul, última a dar início aos trabalhos, mas que agora chega a 54,95%.
— Ainda estamos dentro de um período preferencial, e a semeadura evolui muito rápido. A Zona Sul é um exemplo disso.Então, uma semana muda muito o cenário — observa Luiz Fernando Siqueira, gerente da Divisão de Assistência Técnica e Extensão Rural (Dater) do Irga.
O período preferencial se mantém ainda pela primeira quinzena de novembro, é a janela de semeadura em que costumam se obter as melhores produtividades. Outro fator a ser considerado é o crédito: muitos produtores afetados precisam renegociar passivos para manter a capacidade de pagamento.