A questão da importação de arroz é ponto de divergência entre entidades do agronegócio e o governo federal. Em entrevista à Rádio Gaúcha na quarta-feira (5), o diretor jurídico da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Anderson Belloli, garantiu que não há risco de desabastecimento no mercado nacional e se posiciona contrário à medida.
— Não existia em nenhum momento o risco de desabastecimento, que foi divulgado por youtubers, pelos instagramers e pelo próprio governo. No início dos temporais, 85% da safra já havia sido colhida — afirma.
Belloli explica que a safra projetada para o período, relacionando produtividade e área plantada, foi maior do que no ano passado. Por causa disso, a previsão do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) é de uma safra 1.24% menor que a do ano passado.
— Essa medida do governo, além de toda essa questão desnecessária, não é urgente, a própria Conab não tinha certeza e não tem, sobre qualquer perda que ela anunciou, podendo haver subsídio para que o ministro pudesse tentar isso. Não existe qualquer dado nesse sentido, e vai prejudicar enormemente o Estado, que precisa ser refundado, porque a situação é dramática — argumenta.
Sem a importação, Belloli afirma que o impacto do preço ao consumidor final não é uma preocupação:
— O nosso arroz segue sendo um dos mais baratos, digamos assim, com um dos menores custos ao consumidor do mundo. Então, nós não enxergamos qualquer tipo de problema, qualquer tipo de risco em relação a essa questão de aumento de preço nos próximos meses.