O acréscimo de R$ 5 bilhões para viabilizar crédito a produtores do Rio Grande do Sul afetados pela catástrofe climática chegou nesta quarta-feira (23), por meio de uma medida provisória do governo federal. E representa, primeiramente, a concretização de anúncio feito durante a Expointer.
Outra questão importante é que esse recurso chega após uma portaria que ampliou de 25% para 50% o percentual dos recursos do fundo social, fonte desse crédito, que podem serem destinados para capital de giro. Na prática, isso permite um acesso de mais produtores ao dinheiro — visto que a origem não é de uso exclusivo para operações do agro.
Há ainda uma perspectiva de que entre esta quarta (23) ou quinta-feira (24) haja a liberação total dessa cifra para uso do setor.
— Esse recurso vem para somar aos mais de R$ 30 bilhões já destinados para crédito, pequenos e médios empresários, para abater das dívidas — disse, em vídeo Paulo Pimenta, ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social.
A necessidade de uma linha de capital de giro, que permita aos agricultores gaúchos pagar financiamentos em aberto, é uma demanda desde sempre, tendo sido encaminhada ainda em maio, em meio à tragédia. Principalmente pelo potencial de alcance: das ferramentas apresentadas, pode ser acessada também por produtores com crédito a juro livre — não elegíveis em outras iniciativas.
— Claro que isso dá mais energia e ânimo para continuarmos buscando negociar com o governo, para entender que a necessidade é maior — avalia Graziele de Camargo, produtora rural e uma das coordenadoras do Movimento SOS AGRO.
Por necessidade maior, refere-se a mais de um ponto. O primeiro, da quantia estimada para dar conta da demanda de produtores do RS, R$ 19,5 bilhões na projeção apresentada por bancos. Outra ponderação é em relação à dificuldade de acesso à linha em razão das garantias exigidas e, conforme os agricultores, não cobertas pelo fundo garantidor.
— Assim que o recurso estiver disponível, vamos entender outro problema que é a questão da acessibilidade — reforça Graziele.