À primeira vista pode não parecer, mas há uma relação entre a projeção de safra apresentada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e a reunião realizada com produtores do Estado, os senadores Luis Carlos Heinze e Tereza Cristina e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A primeira estimativa para o ciclo 2024/2025 traz a perspectiva de o Brasil e o Rio Grande do Sul terem uma colheita histórica de grãos. E a confirmação desse cenário depende, entre outros fatores, do que pode sair de concreto do encontro realizado em Brasília.
Heinze diz que Haddad solicitou aos bancos — o Banco do Brasil tinha representante — que façam um levantamento da quantia para atender a demanda via linha do BNDES — aquela que abriu e fechou em minutos, após a tomada de R$ 412 milhões.
— É um grande passo para alcançar a solução. Se a gente resolve os passivos, fica com a capacidade de pagamento reinstaurada para poder plantar a safra — explica Graziele de Camargo, uma das coordenadoras do Movimento SOS Agro, presente na reunião.
Outros passos precisam ser dados para que essa capacidade seja restaurada — e é no ritmo marcha atlética. A fala da produtora evidencia a relação entre os números e as medidas de apoio a produtores gaúchos afetados pela catástrofe climática. O maior gargalo está entre os que têm financiamento a juro livre.
Para eles, a ferramenta disponível é a linha do BNDES, com recursos do fundo social. Esse crédito serve para que os financiamentos em aberto posam ser quitados, deixando o produtor adimplente e, portanto, apto a buscar dinheiro para a lavoura de verão, em plantio. No cenário inverso, a viabilidade da produção pode ficar comprometida “na largada” pela desistência de agricultores por falta de recursos.