A circular do BNDES que traz as regras para o acesso à linha voltada a produtores do Rio Grande do Sul afetados pela catástrofe climática entra em vigência a partir de sexta-feira (11). E abre o (curto) prazo — até a próxima terça-feira (15) — para quem deseja buscar acesso. A medida era amplamente aguardada pelo setor, mas não eliminou a preocupação à medida que a quantia disponibilizada com valores do fundo social é considerada longe do suficiente para dar conta da demanda.
Na busca por uma ampliação do acesso, a Federação da Agricultura do Estado (Farsul) apresentou uma proposta para o Ministério da Agricultura para a ampliação de 25% para 80% do percentual dessa fonte que pode ser destinado a financiamentos de capital de giro — limitado ao RS. Com as regras atuais, dos R$ 20 bilhões existentes no fundo social, descontando o que foi tomado por quem tinha em aberto vencimentos do Pronampe (crédito para micro e pequenas empresas), restaria apenas R$ 1,5 bilhão para os agricultores. A demanda é estimada em quase R$ 19,5 bilhões (considerando bancos e cooperativas).
A alteração no percentual elevaria a cifra disponível via fundo social para R$ 16 bilhões que, descontando os R$ 3,5 bilhões tomados por quem tinha Pronampe, deixaria um saldo de R$ 12,5 bilhões para agricultores.
— Se melhorar a disponibilidade, aumenta o acesso. Não será suficiente, mas melhora bastante — avalia Antônio da Luz, economista-chefe da Farsul.
Outros dois pontos buscados são o aporte de R$ 5 bilhões ao fundo social e a melhoria do fundo garantidor.