Buscar junto aos bancos uma solução para o passivo antes que seja tarde demais. Essa deve ser, em linhas gerais, a orientação que sindicatos rurais encaminharão a produtores do Estado afetados pela catástrofe climática. Na prática, quer dizer que, apesar da frustração causada pela diferença entre o que se esperava e o que se tornou realidade, é preciso encaminhar a negociação possível antes que se encerrem prazos e recursos. A Federação da Agricultura do Estado (Farsul) divulgará, na próxima semana, uma nota com orientações.
— O governo apresentou 14 medidas, entre MP, decreto e resolução, que geraram muita frustração. A imensa maioria estava esperando a linha do BNDES entrar em vigor, para ter uma solução mais estruturada. Só que não dá mais para esperar — observa Antônio da Luz, economista-chefe da Farsul.
Para financiamentos com juros livres, a linha com recursos do fundo social é a única alternativa de negociação. O valor que está disponível, no entanto, “representa 10% da demanda”, apenas no crédito a juro livre, alerta o economista. Para quem tem linhas com taxa controlada, há outras possibilidades.
— Achamos a medida tímida, insuficiente. Entendemos a angústia do produtor, mas a partir do dia 15, nem isso terá — diz Luz, sobre o vencimento das parcelas, que foi prorrogado.
A Farsul buscará a ampliação dos recursos da linha via BNDES e para o aumento do percentual destinado ao capital de giro.