A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
A oito dias para entrar em vigor, a circular do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com as orientações para concretizar a linha de crédito anunciada na Expointer volta a ser assunto nesta quinta-feira (3). Diante do calendário considerado apertado entre a vigência do documento e o vencimento da prorrogação dos financiamentos, a Federação da Agricultura do Estado (Farsul) se reúne, às 11h, com agentes financeiros, cerealistas, cooperativas, fornecedores de insumos e o governo federal na sede da entidade.
Segundo o economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz, o receio é de que não haja tempo hábil para operacionalizar a linha de crédito voltada aos produtores rurais afetados pela enchente no Estado.
— Os agentes financeiros terão capacidade operacional de fazer com que todos os contratos entrem nessa medida em três dias úteis? — questiona.
A vigência da circular da BNDES inicia no dia 11 de outubro, enquanto o vencimento das prorrogações das dívidas finda no dia 15.
O objetivo, continua o economista, é sair da reunião com uma solução: ou os agentes financeiros dirão que é viável o prazo, ou terá de ser feita uma nova prorrogação pelo governo federal.
Antes, às 9h, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS) também se reunirá com agentes financeiros e integrantes da União. A ideia do encontro, explica o presidente à frente da entidade, Carlos Joel da Silva, é outro: alinhar com o governo o que de fato as medidas anunciadas até agora estão dizendo.
— Há uma desinformação muito grande nas agências dos municípios. Os agricultores estão indo ao banco e relatam que não está dando para fazer — afirma Silva, referindo-se, por exemplo, à medida da prorrogação dos vencimentos.
A circular
A circular do BNDES deve operacionalizar a linha de crédito anunciada durante a Expointer. Na ocasião, foi dito que os produtores rurais, cooperativas, cerealistas e fornecedores de insumos poderão acessar os R$ 15 bilhões em recursos do fundo social para estancar perdas durante a enchente. As taxas de juros seriam de até 10,31% e os pedidos de financiamento poderão ter prazo total de até oito anos.