Foi a partir da dificuldade percebida "em casa" durante o período das enchentes que a jornalista e gestora da Vento Comunicação Aline Barilli Alves decidiu colocar a tecnologia em campo para ajudar. Produtor de carne de cordeiro em Santana do Livramento, na Fronteira Oeste, o marido, Bernardo Ibargoyen, enfrentava os efeitos do caos logístico, o que dificultava o acesso a outros mercados.
A plataforma, batizada de Produtores Gaúchos Unidos, nasceu com o objetivo de, por meio da tecnologia, encurtar a distância entre fornecedores e consumidores finais. Hoje são mais de 270 agricultores cadastrados, de 93 municípios do Rio Grande do Sul.
— Eles não têm nenhum custo. Colocam quais os produtos, em que regiões conseguem entregar. Do outro lado, temos os contatos comerciais que se cadastram para fazer o contato direto com esses produtores. A plataforma otimiza a vida do comprador, facilita de uma forma bem efetiva — explica Aline.
Outro ingrediente que fez a iniciativa se manter firme mesmo depois da catástrofe é o interesse em chefs de cozinha em conhecer novos produtos e valorizar o que é local.
— Nós temos um pouco de voz dentro da gastronomia para levar o produto adiante. Essa plataforma nos facilitou muito o conhecimento de novos pequenos produtores — relata o chef Bruno Hoffmann Benjamin.
Proprietária, com o marido, da Tempo Naturalmente Queijo, na sul da Capital, Mariana Guarienti reforça:
— A enchente colocou um dilema na vida dos produtores, que foi a dinâmica de trânsito dos produtos, a logística foi gravemente afetada e durante o período mais crítico.