Quase 400 bombeiros encarcerados estão combatendo os incêndios florestais que devastam Los Angeles, no sul da Califórnia. A mobilização ocorre em meio a uma intensa tempestade de ventos que agrava a propagação das chamas.
Até o momento, ao menos cinco pessoas morreram, 30 mil estão sob ordem de evacuação e mais de mil estruturas foram destruídas.
Segundo o Departamento de Correções e Reabilitação da Califórnia (CDCR), 395 bombeiros encarcerados foram enviados em 29 equipes para atuar junto ao Departamento de Florestas e Proteção contra Incêndios da Califórnia (Cal Fire), que já emprega cerca de 2 mil profissionais.
Treinamento especializado e remuneração
Os participantes do programa são treinados em mais de 30 "campos de fogo", unidades de segurança mínima espalhadas pelo Estado da Califórnia. Além de incêndios, os detentos podem ser acionados em situações de enchentes e outros desastres naturais.
Apesar do trabalho extenuante, os salários oferecidos aos encarcerados são considerados baixos: de US$ 5,80 a US$ 10,24 por dia, com um adicional de US$ 1 por hora em emergências. Durante turnos de 24 horas, podem receber até US$ 26,90.
Embora reconheçam a importância do trabalho, alguns ex-participantes relatam as dificuldades financeiras enfrentadas mesmo com os salários, segundo o The Guardian.
Presidiários integram 30% da força de combate
Historicamente, as equipes de encarcerados já chegaram a representar 30% da força de combate a incêndios na Califórnia, lugar que enfrenta temporadas de fogo cada vez mais destrutivas devido à crise climática.
Embora o programa ofereça treinamentos e, em alguns casos, facilidades para obtenção de certificações e limpeza de antecedentes criminais, muitos ex-detentos enfrentam dificuldades para ingressar em carreiras de bombeiro ao retornar à sociedade.