A jornalista Bruna Oliveira colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Duas medidas provisórias publicadas na sexta-feira (24) ampliaram os esforços do governo federal para viabilizar a importação de arroz no país. O crédito extraordinário destinado para a aquisição foi ampliado em mais R$ 6,69 bilhões para que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) operacionalize a compra de cereal beneficiado de outros países.
O valor se soma a outros R$ 516 milhões liberados no início de maio para a compra de 104 mil toneladas. A ampliação do recurso foi publicada na MP 1.225/2024. Ao todo, o governo federal liberou R$ 7,2 bilhões para a compra de até 1 milhão de toneladas de arroz estrangeiro.
Os estoques adquiridos pela Conab terão valor máximo fixado em R$ 4 por quilo. As embalagens estampadas com logomarca do governo terão como destino varejistas de todos os portes das regiões metropolitanas, com venda exclusivamente ao consumidor final. A ampliação sobre o leque de comerciantes foi editada pela MP 1.224/2024. Antes, apenas pequenos varejistas de regiões metropolitanas teriam acesso ao cereal importado.
As medidas têm sido anunciadas para evitar o desabastecimento do cereal diante da enchente que afeta o Rio Grande do Sul, responsável por 70% da produção nacional. O setor arrozeiro discorda que tais compras sejam necessárias, garantindo que há produto suficiente para abastecer o mercado interno.
Na semana passada, a indústria brasileira encaminhou as primeiras importações de arroz. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), 75 mil toneladas de cereal da Tailândia devem chegar ao Brasil em julho. A compra das indústrias não tem a ver com a ação do governo federal.