A jornalista Bruna Oliveira colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Ainda não há nova data para a realização do primeiro leilão de importação de arroz, que foi suspenso. O certame estava marcado para ocorrer nesta terça-feira (21), mas foi adiado, conforme confirmou comunicado publicado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Segundo a estatal, "a data de realização será publicada oportunamente".
O leilão prevê a compra de 104 mil toneladas de arroz. A medida vem sendo articulada como forma de garantir o abastecimento do mercado brasileiro, frente aos efeitos das cheias. No entanto, o adiamento do certame vinha sendo solicitado desde a semana passada por entidades do setor arrozeiro. Os produtores e a indústria alegam que a iniciativa pode gerar efeito contrário ao esperado pelo governo, de controle do preço do cereal ao consumidor.
Além disso, o setor garante que não há risco de faltar cereal. O Rio Grande do Sul é responsável por 70% da produção nacional de arroz. Segundo a Secretaria da Agricultura do Estado, a safra gaúcha 2023/2024 deve somar 7.149.691 toneladas, mesmo com as perdas pelas inundações. O número, segundo a pasta, é próximo ao registrado na safra anterior, o que garante que a produção é suficiente para abastecer o mercado brasileiro.
Os entraves, no entanto, são as dificuldades para se conseguir escoar este grão em meio aos estragos da catástrofe climática que atingiu o Estado.
Desde esta terça-feira (21), estão isentas as tarifas para importação de arroz de países de fora do Mercosul. A medida foi anunciada na segunda-feira (20) pelo Comitê-Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex), que aprovou a resolução até o fim do ano. Foram zeradas as tarifas de 10,8% para importação de arroz beneficiado, polido ou brunido, e de 9% para compra do cereal com casca ou descascado não parboilizados.